sábado, 23 de abril de 2011

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Fechamento de pronto-socorro do Maria Alice sobrecarrega outros hospitais

Saúde - Natal,RN


O fechamento do pronto-socorro do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, no Conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, na última sexta-feira, vai sobrecarregar outros hospitais, como o Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, o Walfredo Gurgel, e o Santa Catarina, também na Zona Norte, para onde as crianças estão sendo encaminhadas, segundo o médico José Madson Vidal, diretor presidente da Cooperativa dos Anestesistas. “O fechamento do maior pronto-socorro pediátrico do estado é muito grave. Não podiam fechar”, afirma o médico, que também trabalha no Maria Alice.



A suspensão do atendimento obrigou centenas de pais a procurarem atendimento em outro lugar. Por dia, o pronto-socorro atendia cerca de 300 crianças. Quase 3 mil deixarão de ser atendidas até 1º de maio, quando o pronto-socorro, segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, deverá ser reaberto. A equipe de reportagem percorreu as principais unidades de saúde da região, neste sábado, e encontrou vários pacientes que passaram pelo Maria Alice e não foram atendidos.

Campanha de vacinação contra a gripe começa segunda-feira

Saúde - Campanha de vacinação - Brasil


Brasília – Neste ano, a campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começa segunda-feira (25), tem como meta a imunização de 23,8 milhões de pessoas. A partir deste ano, além de idosos e indígenas, crianças entre 6 meses e 2 anos de idade, grávidas e profissionais de saúde também serão vacinados.



A vacina protege contra os três vírus que mais circulam no Hemisfério Sul, inclusive o da influenza A (H1N1) – gripe suína.


No caso das crianças, a vacina é aplicada em duas etapas. Na primeira vez, é aplicada meia dose. No mês seguinte, os pais devem voltar ao posto de saúde para que seja aplicada mais meia dose na criança.


A vacina é contraindicada para quem tem alergia a ovo. Quem apresenta deficiência na produção de anticorpos, deve consultar antes um médico.


Estudos indicam que a vacina contra gripe reduz em até 45% as internações por pneumonia na população com mais de 60 anos de idade.


O Ministério da Saúde distribuiu 33 milhões de doses para estados e municípios, a maior parte para a Região Sudeste, 14,3 milhões.


No dia 30 de abril, um sábado, será o dia nacional de mobilização quando os 65 mil postos de saúde do país ficarão abertos durante todo o dia para vacinar a população. A campanha segue até o dia 13 de maio.


Com informações da Agência Brasil.

Violência no trânsito neste feriadão

Violencia No Trânsito - RN


Acidentes de moto e atropelamentos lideram mortes no feriado


Ricardo Araújo - repórter da Tribuna do Norte


O primeiro dia do feriado prolongado foi marcado por cinco mortes violentas. Duas delas envolvendo motocicletas e atropelamentos. Todas as vítimas eram do sexo masculino.


Um caso inusitado resultou na morte de Juarêz dos Santos Lima, 49 anos. De acordo com o relato de uma moradora da rua Santa Luzia, em Igapó, local no qual ocorreu o acidente, Juarêz colidiu com um poste enquanto tentava fugir de um homem que o perseguia. O perseguidor, porém, era o esposo da mulher com a qual Juarêz mantinha uma relação extra-conjugal. Na fuga, após ser flagrado, o amante colidiu com um poste e caiu da motocicleta que pilotava. O marido traído não teve dúvidas e atropelou fatalmente Juarêz dos Santos Lima. O outro acidente com moto resultou na morte de Mário Gomes Temas, de 20 anos, em Ceará-Mirim.


Dois atropelamentos ocorreram nas últimas 24 horas. José Nonato dos Santos, de 70 anos, foi atingido por um veículo no centro de Brejinho e não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. Na BR-101, na altura de São José de Mipibu, um adolescente de 17 anos morreu. Tomaz Henrique Maciel Costa foi atropelado por um veículo não especificado. Não houve tempo para socorro e o estudante morreu no local.


Um homem foi assassinado no final da tarde de ontem (21) no Jardim Progresso, na zona Norte. Com quatro tiros, Olivar Teixeira de Melo, de 33 anos, foi morto. As circunstâncias do crime ainda não foram elucidadas pela Polícia.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Prefeitura atrasa repasses e compromete cirurgias

Saúde - Natal,RN


Pacientes de todo estado podem ficar sem cirurgias com ortopedista


O convênio entre a Prefeitura do Natal e os hospitais Memorial e Médico-cirúrgico está com dois meses de atraso. Segundo o diretor do Memorial, Francisco Gomes, a Prefeitura não faz o repasse do convênio referente à cirurgias eletivas ortopédicas desde janeiro. Por conta do atraso, os hospitais, após publicar ontem uma nota de esclarecimento à população, deram um prazo de 72 horas para o pagamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Caso contrário, o serviço será interrompido.



O convênio com os dois hospitais particulares é custeado com verbas municipais e estaduais. Trata-se de uma parceria para a realização de cirurgias eletivas na área de ortopedia. Dessa forma, o primeiro atendimento é realizado pelo Hospital Walfredo Gurgel, para estabilizar o paciente vítima de trauma, e após essa estabilização a cirurgia de correção, quando necessária, é de responsabilidade da rede conveniada. Sem esse atendimento, espera-se que a fila de pacientes nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel aumente.



Desde ontem, os dois hospitais adotaram a postura de só atender crianças, idosos e pacientes do interior, além de casos mais graves e “urgentes”. “Os pacientes do interior também não serão recusados. Iremos atender a todos, é uma prioridade. Os demais só terão atendimento se forem pessoas mais fragilizadas, como crianças e idosos”, detalha Francisco Gomes. A frequência de pessoas do interior é intensa, por conta da participação do Governo do Estado no convênio.


Segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, os 60% relativos ao Estado têm sido repassados normalmente à Prefeitura. O atraso, de acordo com Domício, é municipal. “SESAP entra com 60% da complementação. Estamos “em dias” com a alcaidaria, inclusive março”, declarou Domício Arruda na manhã de ontem através de sua conta pessoal no Twitter. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, mas ele não atendeu o celular. Segundo informações publicadas anteriormente na TRIBUNA DO NORTE, Thiago Trindade viajou por ocasião da Semana Santa para a Europa.


O valor total do atraso não foi revelado pelos dois hospitais afetados. O Hospital Médico-cirúrgico só irá se pronunciar na próxima segunda-feira, após o feriadão. Já o Hospital Memorial, através do diretor Francisco Gomes, informou que a média mensal do contrato é de R$ 700 mil. Como os hospitais recebem de acordo com a quantidade de cirurgias realizadas, o diretor disse não conseguir precisar o valor do faturamento dos dois últimos meses. “Não tenho esse número exato aqui, mas normalmente gira em torno de R$ 700 mil”, estimou.


O Hospital Memorial, sozinho, realiza cerca de 20 cirurgias por dia e mantém 60 pacientes internados. “A maior parte dessa demanda é do setor público”, complementa. “Não tenho como manter essa estrutura sem pagar fornecedores e funcionários, por isso iremos parar na próxima segunda, caso não haja o pagamento”, encerra.




Pronto-socorro do Maria Alice Fernandes é fechado por falta de pediatras

Saúde - Natal,RN


Andrielle Mendes - repórter




Cerca de 300 crianças que buscam o pronto-atendimento do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, diariamente ficarão sem atendimento a partir de hoje. O pronto-socorro foi fechado por falta de pediatras e, segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, só deverá reabrir no início de maio, quando a secretaria fechar novamente a escala de plantão. Só crianças em estado grave estão sendo atendidas. Segundo as atendentes, que não quiseram se identificar, a direção só se pronunciará sobre o assunto na próxima segunda-feira.


A assistente de serviços gerais, Rosângela de Lima e Silva, 36, percorreu quase 50 km, de Maxaranguape a Natal, numa ambulância com o filho, de dois anos e sete meses. Intoxicado e em meio a uma crise alérgica, ele não conseguiu ser atendido no Maria Alice Fernandes. Uma médica, segundo Rosângela, chegou a sair do hospital, ir até a ambulância, onde o menino estava, e examiná-lo.



“Ela disse que ele não podia ser atendido aqui; que só tinha um pediatra de plantão para atender os casos graves e que só voltaria a atender todas as crianças quando a governadora mandasse mais pediatras para o hospital”.


A cena revoltou Edmilson Diniz, motorista da ambulância. “Se soubesse que estava fechado, não tinha vindo aqui. Acho um descaso muito grande com a população”. De lá, a ambulância seguiu para o Hospital Santa Catarina, também na Zona Norte. A última opção seria o Walfredo Gurgel. Em Maxaranguape, município onde mora, não há pediatra, segundo Rosângela. Há apenas um clínico geral, que atende crianças e adultos.


“Situação já havia sido comunicada", diz médico


De acordo com o médico José Madson Vidal, que atende no Maria Alice, a falta de pediatras e provável suspensão do pronto-atendimento já haviam sido comunicadas a várias entidades, como Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina e Ministério Público do Rio Grande do Norte.


“Eles sabiam, desde o começo do mês, que a escala de plantão só ia até dia 21 e que não teria pediatra até dia 31 de abril”. Segundo Madson, todos os pediatras que trabalham no Maria Alice já cumpriram sua carga horária este mês: 12 plantões de 12 horas, cada. Ele diz não saber para onde estão indo as 300 crianças que buscam atendimento no hospital infantil todos os dias. “A população não pode ficar calada diante disso”, afirmou.


Pronto-atendimento é responsabilidade da rede de saúde básica


Segundo Domício Arruda, secretário estadual de Saúde, pronto-atendimento é responsabilidade do Município e não do Estado. Ele relembrou que há uma ação do Ministério Público Estadual exigindo que a Secretaria feche os pronto-atendimentos dos hospitais regionais.


“Mas até agora a gente não conseguiu fazer isso”. Segundo ele, 90% dos casos atendidos no Maria Alice são ambulatoriais, ou seja, poderiam ser atendidos em unidades de saúde. O problema é que “há um déficit crônico de pediatra”, afirma.


De acordo com Domício, a Secretaria buscou várias alternativas para não fechar o pronto-socorro do Maria Alice. Convocou médicos concursados (dos seis convocados, cinco deixaram o hospital nas últimas semanas), transferiu pediatras de Macaíba (que não apareceram), tentou remanejar pediatras de Parnamirim, pagar hora extra aos pediatras que já trabalham no hospital infantil. Nenhuma das alternativas deu certo.


“Tentamos de todas as formas. Como não temos pediatra até o final do mês, tivemos que tomar esta medida extrema: fechar o pronto-socorro”



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cardiologia - Parte 2

Saúde - Especial Cardiologia


CÂNCER E CORAÇÃO

Tumores não originados no coração mas que o atingem


 
A maioria dos tumores do coração não tem origem no próprio coração, pois são mais freqüentemente oriundos de tumores à distância (metastáticos). Podem atingir o coração por via hemática (a maioria) ou por via contígua, quando se originam em tecidos vizinhos do coração e o invadem.

Qualquer tumor pode atingir estruturas do coração. Os mais freqüentes são o câncer de pulmão, de mamas, melanomas, leucemia e linfomas. Nas autópsias encontram-se desde 1 até 20% de comprometimento do coração pelo câncer. Nos melanomas, essa freqüência chega a 60%.

Os sinais e sintomas produzidos por tumores metastáticos no coração são semelhantes aos dos tumores benignos, mas essas manifestações muitas vezes não são registradas, tanto pelo paciente como pelo médico, porque as produzidas pela doença primária geralmente predominam o quadro clínico.

A hipercoagulabilidade do sangue, uma tendência aumentada do sangue de coagular e formar êmbolos, está aumentada em pessoas portadores de tumores. Isso pode obstruir vasos em qualquer parte do organismo, dependendo os sintomas dos vasos obstruídos.

Existe ainda uma tendência aumentada nos portadores de câncer, principalmente os cânceres originados no sistema digestivo, para a instalação de endocardite trombótica não bacteriana. Uma outra maneira do câncer comprometer o coração são as conseqüências do tratamento.

A radioterapia pode comprometer as coronárias por promover a arteriosclerose. Pode também causar dano ao músculo cardíaco, provocando a miocardite actínica. Ao atingir o pericárdio pode provocar pericardite. A radiação atinge tanto as células doentes como as sadias.

A quimioterapia, principalmente daqueles cânceres que melhor respondem a esse tratamento, pode provocar dano considerável ao coração. As conseqüências da quimioterapia costumam se manifestar no coração tardiamente, quando a doença básica está curada ou em estágio paliativo prolongado. Quem deverá pesar os prós e os contras na escolha de qualquer tratamento e seus eventuais riscos e benefícios, é o médico responsável pelo paciente.

Para tomar as decisões são levados em conta:
a idade do paciente,

a existência ou não de cardiopatia prévia,

a sensibilidade do paciente a certos medicamentos,

as chances de resposta a esse ou aquele medicamento.
Todos esses dados fazem o médico decidir o que é melhor para cada caso.

Decisões sobre:
a indicação do tipo de tratamento,

as doses,

as associações de terapêuticas,

o tempo de tratamento,

quais as drogas mais indicadas,
São questões que uma equipe de especialistas deve assumir. O objetivo é conseguir a cura, ou um grau maior de eficácia e sobrevida com uma melhor qualidade de vida, sem causar danos maiores aos diversos sistemas do paciente, inclusive o cardiovascular.

É uma questão multidisciplinar.


CÂNCER E CORAÇÃO

Tumores primitivos do coração

 
Os tumores primários, ou primitivos do coração, isto é os que se originam no coração, são muito raros. As necrópsias revelam de 0,002 a 0,3 % de tumores primários de coração. Já o envolvimento metastático de tumores originados em outras partes do organismo é mais freqüente.

As manifestações do comprometimento cardíaco nos pacientes portadores de câncer dependem da localização do tumor e do grau de envolvimento. Podemos também ter manifestações cardíacas conseqüentes ao tratamento dos tumores. Tanto a quimioterapia como a radioterapia podem comprometer o funcionamento do coração.

Dos tumores primários do coração, 75% são benignos, sendo que 46% desses são mixomas e 21% são lipomas. Dos malignos (os 25% restantes) 33% são angiosarcomas e 21% rabdomiosarcomas. Com o advento da ecocardiografia, da tomografia, da ressonância magnética e da cirurgia cardíaca, os casos de tumores cardíacos estão sendo cada vez mais diagnosticados. Mesmo assim são considerados uma raridade.

O seu diagnóstico depende muito de um alto índice de suspeita do médico assistente que é quem deve orientar os exames para fazer esse diagnóstico.

Os sintomas decorrentes dos tumores cardíacos dependem principalmente de que sua localização seja no pericárdio, no miocárdio ou no endocárdio. Por outro lado,as manifestações também dependem de qual a cavidade cardíaca comprometida.

Os tumores originados no endocárdio costumam provocar acidentes embólicos, principalmente no pulmão.

Os tumores que envolvem o miocárdio, o músculo cardíaco, além de comprometerem a função muscular do coração, costumam envolver a parte dita elétrica do coração, provocando arritmias cardíacas as mais variadas, desde as menos até as mais graves.

O envolvimento do pericárdio pode provocar derrames em torno do coração, muitas vezes hemorrágicos, que podem levar ao tamponamento cardíaco.

História dos Mártires - Parte 3

Religião - RN


A atração da igualdade


Holandeses deram tratamento diferenciado aos índios e conseguiram aliados fiéis contra os portugueses

Os pesquisadores se perguntam porque os índios, principalmente os potiguares que já conviviam a mais de uma geração com os portugueses, se aliaram de forma tão rápida e fiel aos holandeses. As respostas mais precisas parecem estar na liberdade e tolerância religiosa durante o périodo de Nassau, da qual se beneficiaram índios e judeus. Os janduís, tribos do interior, nunca haviam aderido aos portugueses que se estabeleceram no litoral. Entre os potiguaras, há referências sobre descontentamentos com a colonização do Ceará e um pedido feito aos holandeses, através do aventureiro Johan Maxuel, para que atacassem o forte portugues.







Arredios ou descontentes com os portugueses, várias tribos tapuias aderiram ao governo holandês e os potiguares se dividiram. Parte ficou fiel aos portugueses, seguindo a liderança de Felipe Camarão, parte seguiu os chefes Pedro Poti e Antonio Paraupaba, índios educados na Holanda. A importância das tropas indigenas na guerra foi reconhecida por vários cronistas flamengos. O mais famoso deles, Barléu, diz: "De todos foram os Tapuias os mais dedicados a nós. Com o auxílio de suas armas e forças, comandadas por Janduí, pelejamos contra os portugueses".


A Companhia das Índias Ocidentais nunca descuidou do tratamento dispensados aos aliados indigenas. Além de levar vários jovens indios para Holanda, onde eram educados nas leis calvinistas e depois contratados como interprétes, nomeou representantes junto aos índios - Rabbí e Roulox Baro - e em 1645 promoveu uma assembléia em Tapisserica, com representantes de 17 aldeias, onde elegeram Antonio Paraupaba regedor do potiguares no Rio Grande, Pedro Poti, para a Paraiba, e Domingos Carapeba, para Pernambuco e Ceará. A preocupação do governo holandês era fazer os índios se sentirem iguais aos flamengos.


Conselho foi omisso e conivente


O papel do governo holandês estabelecido em Recife, nos episódios de Cunhaú e Uruaçu, nunca ficaram bastante esclarecidos. A conclusão dominante, tirada da leitura das crônicas, é que Supremo Conselho foi conivente com as ações na capitania do Rio Grande por não ter pulso firme suficiente em controlar a atuação de Jacob Rabbí e os grupos de índios liderados por Antonio Paraupaba.


São conhecidos alguns panfletos anônimos, que circularam entre a população holandesa, criticando essa falta de pulso e conivência. Um deles, sob o título Brasulsche Gelt-Sack (A Bolsa do Brasil) considera Jacob Rabbí um "vagabundo impudente", que mereceria mais a forca que um comando, e culpa o conselheiro Adriaen Van Ballestrate por não ter impedido o massacre de Uruaçu.


Algumas tentativas de deter Jáacob Rabbí chegaram a ser feitas. Após o ataque a Cunhau, em fins de julho, o Supremo Conselho enviou um destacamento, formado por uma companhai de infantaria, 20 fuzileiros e mais 50 homens, sob o comandado de um capitão e um pastor. A missão era recambiar Rabbi e os janduís, que ainda estavam em Cunhaú, para o Recife. Houve troca de tiros entre os dois grupos e a missão fracassou.


Apesar da aparente insubordinação, Rabbi não perdeu prestígio entre o comando do Castelo de Keulen nem junto ao conselheiro Ballestrate. Assim é que no dia 1º de outubro consegue peças de artilharia para vencer a resistência na paliçada do Potengi e, no dia 13, participa da reunião com Bellestrate, Paraupaba e o comando do Castelo de Keulen onde se decide deportar os sobreviventes para a Paraiba e desmantelar as cercas fortificadas que haviam na capitania do Rio Grande.


O perdão dado ao tenente-coronel Joris Garstman, após a emboscada para assassinar Rabbí, e que foi executada por dois mosqueteiros holandeses, apesar do motivo ter sido vingança pessoal, é uma mostra de que o Supremo Conselho não se importou muito em perder o inoportuno e incontrolável aliado.


Provas de sacrifícios


Congregação para as Causas dos Santos exigiu provas de que martírio foi em nome da fé cristã




Para receber o pedido de beatificação para as vítimas dos massacres de Cunhaú e Uruaçu, a Congregação para a Causa dos Santos (com sede no Vaticano) impôs três requisitos: que as mortes tenham sido de forma violenta, que os motivos tenham sido ódio à fé católica e que as vítimas tenham aceitos livremente o sacrifício. Um dos desafios do monsenhor Francisco de Assis Pereira, postulador da causa da beatificação dos mártires, foi provar que essas circunstâncias fizeram parte do episódio de Cunháu e Uruaçu.


No caso de Cunhaú a violência foi caracterizada pelo fato do grupo de fiéis ter sido chacinado em um recinto fechado, dentro da capela, sem possibilidades de fuga. Além disso, o ataque foi de surpresa e a traição, desfechado de forma repentina por índios selvagens e soldados holandeses armados.


O cenário onde se deu o massacre, o interior da capela, prova o ódio a fé católica. Em uma situação de respeito à religião e a fé, a capela de Nossa Senhora das Candeias teria que ter sido considerada um lugar inviolável e sagrado. Na defesa da causa da beatificação, monsenhor Assis refutou a tese de que o massacre estaria ligado a interesses econômicos ou militares. Os holandeses não teriam motivos para se preocupar com os moradores de Cunhaú, como ameaça ao domínio da Companhia das Indias Ocidentais sobre o Rio Grande, uma vez que a comunidade era formada por pessoas calmas e dedicadas aos afazeres domésticos.


O terceiro elemento que comprova o martírio na capela Nossa Senhora das Candeias é a aceitação voluntária da morte. Os fiéis não reagiram de forma violenta e, mesmo depois, não houve vingança, concordando com o sacrifício da vida.


URUAÇU - No caso do massacre de Uruaçu, a morte violenta está explícita no momento em que as pessoas foram atacadas por 200 soldados bem armados. O frei português Manuel Calado, no livro O Valeroso Lucideno, considera como "incrivéis" as atrocidades cometidas, como a degola, a decepação de braços e pernas, a amputação de nariz, olhos, línguas e orelhas. A Mateus Moreira arracaram o coração pelas costas.


O segundo critério para a declaração do martírio é morer pela fé. Os historiadores mostram que as vitimas de Uruaçu morreram testemunhando a fé em Deus e na Igreja Católica. No caso específico de Mateus Moreira, que disse "louvado seja o Santíssimo Sacramento" na hora do sacrifício, não há dúvidas sobre o ato de fé. E, por morrerem felizes por Deus, eles aceitaram livremente o massacre. No caso de João Martins, ele chegou a dizer que o matassem logo porque estava invejando seus companheiros.


O processo de beatificação


Passo a passo o processo para beatificação dos mártires de Cunhaú e Uruaçu


Dia 28 de fevereiro de 1989 – Monsenhor Francisco de Assis Pereira é nomeado o Postulador da Causa.


7 de maio de 1989 – a Causa dos mártires é introduzida solenemente na Catedral Metropolitana de Natal.


20 de junho de 1993 – é constituída a comissão de peritos em História, composta por professor José Antônio Gonçalves de Mello, Olavo de Medeiros Filho, Jeanne Fonseca Nesi.


De 17 a 31 de maio de 1994 – reunião do Tribunal Arquidiocesano para a Causa dos Mártires do Rio Grande do Norte.


15 de junho de 1994 – o processo da Causa dos Mártires é entregue na Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano.


28 de outubro de 1997 – reunião dos Consultores históricos, na sala dos Congressos da Congregação das Causas dos Santos. O parecer foi pela justeza das investigações históricas feitas pelo Postulador da Causa.


23 de junho de 1998 – A comissão de oito teólogos do Vaticano reconheceram por unanimidade que houve martírio.


5 de março de 2000 – Data marcada pelo Papa João Paulo II para beatificação dos 30 mártires de Uruaçu e Cunhaú.



Culto oficial começa dia 5



Governo já tem projeto para erguer monumento para culto em Uruaçu. Dia dos Mártires ser 3 de outubro



O primeiro grande ato de veneração dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, após a beatificação, será uma missa no dia primeiro de abril, na capela Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú. A escolha desta data foi definida porque, após a cerimônia no Vaticano, alguns grupos de peregrinos que estarão em Roma irão para a Terra Santa.


A confirmação do dia oficial de veneração dos mártires acontecerá apenas no dia da beatificação. Mas a sugestão da Arquidiocese de Natal é que o dia 3 de outubro seja dedicado aos beatos brasileiros. Foi nesta data que aconteceu, em 1645, o martírio de Uruaçu. A princípio, também foi cogitado o dia 16 de julho, quando ocorreu o massacre de Cunhaú, mas este dia é de Nossa Senhora do Carmo - uma grande festa da Igreja Católica.


Antes mesmo de serem declarados bem aventurados, os mártires norte-rio-grandenses eram venerados no cruzeiro da fazenda Carnaubinha, as margens do rio Uruaçu, e na capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú. A diferença é que, depois de beatificados, esta veneração poderá ser feita em caráter oficial e em todo Brasil.


Os principais pontos de peregrinação serão o cruzeiro em Uruaçu e a capela de Cunhaú. Neste último lugar, é celebrada, pelo padre Gilvan, uma missa todos os domingos, às 10h.


MONUMENTO - Em Uruaçu o Governo do Estado fará um monumento aos mártires, inclusive com um palanque e painel. A princípio, a obra deveria ser concluída até o dia 5 de março. Mas o monsenhor Francisco de Assis Pereira explica que houve atraso devido aos entraves burocráticos, até mesmo para liberação do terreno da fazenda. No total, a obra está orçada em R$ 500 mil. A execução da construção será da Engenorte.


Na semana passada, uma empresa contratada pelo Governo estava fazendo a análise do solo de Uruaçu. Este estudo é o primeiro passo para a construção. Os técnicos constataram que na profundidade de um metro está um pissarro branco, de alta resistência. A dois metros é um pissarro com areia e a três metros um pissarro com pedra. Esta avaliação integrará os cálculos para a construção do monumento.


O projeto feito pelo arquiteto e urbanista Francisco Soares Júnior abrange uma área de 2 hectares, doada pela família Veríssimo - proprietária da fazenda. Serão construídos um palco, estrutura de camarim e banheiro. A capacidade do local será de 20 mil pessoas para as peregrinações e shows católicos. Além disso, atrás do palco, será feito um grande painel de 30 metros de altura.


Francisco Júnior detalha que a escolha deste painel ficará a critério da Igreja. O arquiteto ainda está fazendo um master plano. "Seria um plano para construir hotéis, pousadas, a casa do peregrino. A família proprietária da fazenda está interessada em parcerias para investir na área", comenta.

Missionário divulga mártires na América Latina


A história dos mártires de Cunhaú e Uruaçu já está sendo contada a outras comunidades católicas ao redor do mundo. O missionário da Virgem de Guadalupe, Josivaldo Trajano Duarte, 23 anos, é devoto dos mártires e vem realizando um de divulgação da vida dos futuros beatos. Ele já proferiu palestras sobre os mártires para fiéis de toda América Latina. Na Argentina, contou com um público ouvinte de três mil pessoas.


As viagens pelo continente fazem parte do trabalho de missionário. Josivaldo mora na comunidade de Piquiri, município de Canguaretama, e ingressou no trabalho missionário quando tinha 13 anos de idade. Foi nesta época que ele começou a visitar os enfermos e se preocupar com os mais humildes.


Através da fé pelos mártires ele garante já ter alcançado um milagre. Há quatro meses, o missionário foi atropelado por um caminhão, no Paraguai. "Fiquei debaixo do veículo. Durante 40 dias não pude andar", lembra. No momento do acidente, Josivaldo afirma ter lembrado dos mártires do Rio Grande do Norte e atribui a esse detalhe que possibilitou a recuperação total diante dos ferimentos recebidos no acidente


Todos os domingos, o missionário participa da missa na capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú. Nas missões pela América Latina, ele conta a história dos mártires norte-rio-grandenses. "Disse ao reitor de um santuário na Argentina e depois ele comentou para um público de mais de 13 mil pessoas", destaca Josivaldo. O missionário cita os fiéis argentinos, paraguaios, chilenos e colombianos como os mais receptivos para a história do martírio de Uruaçu e Cunhaú.












Combate ao mosquito é prejudicado

Saúde - Natal,RN


Dengue pode se alastrar na grande Natal


Ricardo Araújo - repórter




O que seria um plano emergencial para combater o avanço dos casos da dengue em Natal, está se tornando um duelo que afeta negativamente o combate à dengue. Durante os três dias úteis desta semana, nenhum teve todos os 320 agentes em campo. A partir de hoje, com o feriadão, mais um hiato no combate. O infectologista Hênio Lacerda, afirma que cada dia a menos no combate à dengue significa que mais pessoas poderão se infectar. Os funcionários terceirizados que irão atuar no campo, iniciaram ontem pela manhã o treinamento. Até a próxima semana, porém, nenhum deles estará no front da guerra contra a doença.


Em Mãe Luiza, um surto epidêmico foi identificado há mais de uma semana e pouco tem sido feito para, no mínimo, controla-lo. Para Hênio Lacerda, as ações do Município não estão tendo nenhum impacto. “Nós continuamos recebendo pacientes no Giselda Trigueiro. Não consigo identificar onde as medidas adotadas pelo Município estão acontecendo”, disse.



O infectologista consultor da prefeitura, Luiz Alberto Marinho, compartilha um pensamento similar ao de Lacerda. Marinho afirmou que o atraso nas ações de combate é um grande prejuízo para a população. “Este trabalho deveria estar sendo feito desde o ano passado. As medidas devem ser perenes. Em 2009 reduzimos significativamente os índices de contágio”.


A Sociedade de Infectologia do Rio Grande do Norte, irá realizar uma reunião na próxima semana para avaliar o atendimento do Centro de Hidratação. “Espero discutir o plano montado pelo ITCI para combater a doença e tratar os pacientes infectados”, disse Hênio Lacerda.


Além do combate em Natal ser alvo de discussões entre especialistas em infectologia, o atendimento no Centro de Hidratação já se tornou alvo do Ministério Público. A promotora da Saúde, Kalina Filgueira, solicitou que relatórios sejam encaminhados semanalmente para análise. O diretor executivo do Instituto, Ricardo Oliveira, havia declarado que o Centro funcionaria como uma unidade de referência, o que foi rebatido pela promotora alegando que a unidade deve funcionar de portas abertas.


Os agentes de saúde do Município defendem a incorporação de gratificações ao salário e afirmam que não irão treinar nenhum agente contratado pelo Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI) até que o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, sinalize que as reivindicações serão atendidas permanentemente.


De acordo com o membro do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Júnior, é mais barato combater o mosquito no período correto do que equipar hospitais e postos de atendimento. A prefeitura está fornecendo todos os medicamentos utilizados no Centro. Os mesmos que, há seis meses, estão em falta nos postos de saúde municipais.


Agentes anunciam indicativo de greve


Em mais uma tentativa de convencer os agentes municipais a recuar, gestores do ITCI realizaram uma reunião ontem pela manhã no Centro Municipal de Referência em Educação (Cemure), na Cidade da Esperança. Nenhum representante oficial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esteve presente. Mais um dia de trabalho “perdido”. Mais uma semana sem o efetivo total de agentes nas ruas.


No início da reunião, enquanto o secretário do Sindicato dos Agentes de Saúde (Sindas) concedia entrevistas dentro do auditório do Cemure, o funcionário do ITCI, Marcos Crispim, solicitou a saída dos repórteres e afirmou que nada tinha a declarar à imprensa. “Não estou aqui para discutir questões administrativas”, disse. A equipe da TRIBUNA DO NORTE chegou a sair do local mas voltou em menos de cinco minutos e constatou as contradições entre os discursos dos próprios funcionários do Instituto. O combate ao mosquito da dengue em Natal, se transformou num imbróglio.


Os argumentos utilizados por Marcos Crispim para convencer os agentes a aderir às ações coordenadas pelo ITCI passaram pelo o que seria oferecido até uma tentativa de inflar os egos dos profissionais do Município. “Nós vamos oferecer- já que a Secretaria (Saúde) não dispõe - todo o material: uniforme, mochila, fita métrica, botas. Vamos dar R$ 10 para almoço. Não é gratificação. Entenderam?”, indagou.


Num outro momento da discussão, Crispim elogiou os agentes locais e reafirmou de que não haveria treinamento algum dado pelo Instituto. “Vocês já são treinados, são capacitados. O que nós vamos fazer é apresentar palestras. Ninguém (referindo-se ao ITCI) está aqui para capacitar ninguém (referindo-se aos agentes). Nós viemos aqui para aprender”, ressaltou. As palavras ditas por ele põem em xeque o discurso do diretor executivo do ITCI, Ricardo Oliveira, e do secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade. Ambos disseram o oposto do que foi defendido por Crispim.


Também na manhã de ontem, o ITCI iniciou o treinamento dos 150 agentes contratados. De acordo com o secretário municipal de Comunicação Social, Jean Valério, o procedimento se estenderia pelo feriado e final de semana. A informação, porém, foi rebatida por uma das selecionadas para trabalhar no Instituto como agente. Garantido o sigilo de identidade, ela disse que somente uma palestra foi realizada e que só na próxima segunda-feira o treinamento será retomado.


O resultado negativo da reunião, de acordo com os agentes, já era esperado. “Os técnicos do ITCI mostraram que não conhecem nada sobre o combate ao dengue. Não vamos treinar ninguém até que o secretário atenda nossas reivindicações”, afirmou o secretário do Sindas, Michael Borges. Thiago Trindade está na Europa e nenhum dos seus assessores atendeu às chamadas ontem.


Projeto foi totalmente copiado do Rio de Janeiro


“Olá, bem-vindo ao site Rio contra a dengue.” A frase pode confundir um internauta que acessar o portal www.natalcontradengue. com.br. Ela é dita pela médica Sônia Maria Zagne, que explicou à população carioca os métodos de prevenção e tratamento da doença. O mesmo vídeo, sem nenhuma adaptação à realidade natalense, foi publicado no site da campanha “Natal contra a dengue”.


Todos os vídeos postados no site que segundo os diretores do ITCI teria sido desenvolvido exclusivamente para a campanha contra a dengue em Natal, foram extraídos de um já existente endereço eletrônico: www.riocontradengue.com.br .


Além dos vídeos, a própria estrutura do site natalense remete à ideia utilizada no Rio de Janeiro. Os conteúdos dos informativos contidos nos links dos sites são basicamente os mesmos, mudando apenas algumas nomenclaturas.


Na aba “Grupo Técnico” do endereço natalense não há, porém, a descrição do processo que culminou com o lançamento da campanha, diferente do portal carioca. Lá, foi desenvolvido o Grupo Técnico de Discussão Periódica da Situação da Dengue no Estado do Rio de Janeiro (GT). Em Natal, somente dias depois do decreto de estado de emergência, a prefeitura criou um comitê intersetorial para discutir o tema. As ações deste grupo até hoje não foram divulgadas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Comperve abre inscrições para isenção da taxa do vestibular 2012

Vestibular 2012 da UFRN


Foram abertas nesta segunda-feira, 18, as inscrições para os alunos que desejam obter isenção na taxa de inscrição para o vestibular 2012 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os interessados devem fazer a inscrição por meio do site da Comissão Permanente do Vestibular (COMPERVE), até as 23h59 do dia 15 de maio deste ano.


O pedido de isenção é permitido somente aos alunos que tenham cursado, com aprovação, o 2º ciclo do ensino fundamental (6º ao 9º anos) e os dois primeiros anos do ensino médio em escolas públicas ou credenciadas no Conselho Nacional da Assistência Social e/ou Estadual e Municipal como filantrópicas, e que tenham cursado ou estejam cursando o último ano do ensino médio nas mesmas escolas citadas anteriormente.



Os interessados devem fazer a inscrição até as 23h59 do dia 15 de maio

O estudante que no vestibular 2011 foi selecionado como isento e não efetuou sua inscrição ou faltou há pelo menos um dia de aplicação das provas, não poderá concorrer ao processo de isenção.


Para se inscrever, o candidato deve acessar o site da COMPERVE, preencher na íntegra o formulário de inscrição, enviá-lo eletronicamente e imprimir o comprovante. Feito isso, entregar, de uma só vez, cópia dos seguintes documentos: comprovante de inscrição; histórico do ensino fundamental e do 1º e 2º anos do ensino médio; declaração de que está cursando, em 2011, o último ano do ensino médio; histórico do ensino médio (caso já tenha concluído); comprovante de que foi aprovado na disciplina que cursou por meio de progressão parcial (se for o caso) e documentos de identificação.


As cópias devem ser entregues nos dias úteis de 18 de abril a 16 de maio, das 7h30 às 11h30 ou das 13h30 às 17h30, na sede da COMPERVE ou enviadas via Correio, com Aviso de Recebimento, endereçada à COMPERVE. O resultado da seleção será divulgado a partir do dia quatro de julho no site
www.comperve.ufrn.br.




Com informações da Agecom-UFRN

 

Atendimento só depois da triagem

Saúde - Dengue - Natal,RN


Ricardo Araújo - repórter da Tribuna do Norte



Há quem pergunte, três dias após o lançamento oficial da campanha “Natal contra a dengue” se as ações terceirizadas pelo Município - para o combate ao mosquito transmissor e assistência aos portadores da moléstia - de fato, começaram. A data de início de trabalho dos 150 agentes de saúde a serem contratados pela organização social terceirizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), permanece uma incógnita. Apesar disso, ontem à tarde o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, “inaugurou” o Centro de Hidratação, anexo à Policlínica Oeste na Cidade da Esperança. Lá, os pacientes diagnosticados em estágio inicial da doença serão tratados.


Porta do atendimento da Policlíníca não tem nem fechadura

Diferente, porém, do que foi informado pelo diretor executivo do Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI), Ricardo Oliveira, na semana passada, o Centro não funcionará como um atendimento de portas abertas no qual o paciente possa chegar espontaneamente para ser atendido. “Os funcionários dos postos de saúde é quem devem procurar a unidade (Centro de Hidratação) e solicitar o procedimento”, afirmou.



Ou seja, se alguém estiver com os sintomas da dengue deve primeiro procurar uma unidade de saúde municipal mais próxima da residência para que depois de um contato com a equipe médica do Centro de Hidratação, possa ser encaminhado para receber atendimento especializado (sorologia ou medicação intravenosa, por exemplo). De acordo com Ricardo Oliveira, as 36 vans locadas para serem utilizadas durante os três meses de operação, servirão também para o transporte de pacientes entre dos postos de saúde para o centro e deste para os hospitais de referência, em casos mais graves.


Quase duas horas depois da hora previamente marcada para a inauguração do Centro – 14 horas de ontem – Thiago Trindade chega ao local com alguns assessores. Discretamente, o secretário percorreu as instalações montadas pelo ITCI onde funcionou o pronto-socorro do Posto de Saúde da Cidade da Esperança.


Questionado sobre o resultado de uma reunião realizada com representantes dos agentes de saúde do Município, Thiago Trindade afirmou estar confiante. “Chegamos a um entendimento de estudar a possibilidade de atender algumas reivindicações”, disse. Dentre as possíveis mudanças sinalizadas pela Prefeitura, está a inclusão de um bônus por produtividade no contracheque de forma permanente. Uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 29, na qual os agentes apresentarão uma contraproposta. O representante do Sindicato de Agentes, Michael Borges, informou que uma reunião será realizada hoje para discutir a continuidade da paralisação.


Giselda Trigueiro está lotado com casos de dengue


As estatísticas relacionadas à dengue analisadas pela diretora geral do Hospital Giselda Trigueiro, Milena Martins, refletem o rápido avanço do número de casos da doença. Somente na primeira quinzena de abril cerca de 550 pessoas deram entrada no hospital e 80 delas com sintomas da forma mais severa da doença, a febre hemorrágica. No mesmo período, 78 pacientes precisaram ficar internados. Dois pacientes com suspeita de febre hemorrágica morreram em Natal. A diretora aguarda o recebimento dos resultados da análise cadavérica para confirmar os óbitos pela doença.


“Os números estão crescendo dia após dia. O que nos preocupa é a falta de estrutura da rede municipal de Saúde. Nosso paciente deveria ser apenas o mais crítico, com suspeita de febre hemorrágica. Mas diante da situação dos postos municipais, estamos recebendo desde aquele que precisa somente de soro ao que deve ficar internado”, ressaltou Milena.


Os 126 leitos do hospital estão lotados. Deste total 20 são de pediatria infantil que não deixam de estar operando em sua capacidade máxima há muito tempo, de acordo com Milena. “Se o Centro (de Hidratação) da prefeitura funcionar, poderá desafogar um pouco a superlotação do Giselda Trigueiro. Tudo depende, porém, de um atendimento nos primeiros sintomas da doença”, afirmou.


A diretora enviou uma solicitação à Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) de mais leitos em outros hospitais da rede para pacientes diagnosticados com o caso mais grave da doença. Milena afirmou que ainda não recebeu um posicionamento da Secretaria. Na manhã de ontem, todos os leitos da emergência estavam ocupados. Além disso, inúmeros pacientes recebiam tratamento em macas colocadas nos corredores do hospital.

O mesmo prédio com duas realidades destoantes


Do lado direito, o prédio da Policlínica Oeste, administrado pela Prefeitura do Natal, apresenta problemas estruturais que põem em risco o atendimento aos pacientes. O lado esquerdo do mesmo prédio, onde funciona o Centro de Hidratação gerenciado pelo ITCI, contratado pela Secretaria Municipal de Saúde por R$ 8,3 milhões para, dentre outros serviços, atender pacientes com dengue, reflete a realidade paradoxal de serviços públicos terceirizados.


A Policlínica Oeste é um centro de atendimento ambulatorial encravado numa das zonas mais pobres da cidade, a Oeste. Além de consultórios médicos, a unidade é responsável pela distribuição de remédios de baixo e alto custo para diversos tipos de doenças. Há alguns meses falta medicamentos destinados aos pacientes de psiquiatria e até mesmo gazes, bandagens e insumos para curativos. O caos na unidade é relatado por pacientes e por servidores que trabalham no local.


São goteiras, cupins devastando a porta de entrada da sala de vacinas, fios elétricos expostos, laboratório funcionando com estrutura inadequada, pias interditadas, cadeiras para procedimentos odontológicos quebradas há meses e, por mais barato que possa custar uma lâmpada fluorescente, estas são raras pelos corredores da unidade municipal de saúde.


A escuridão da improvisada recepção direita dá lugar a uma porta de entrada iluminada, segura e recentemente pintada do lado esquerdo. Uma televisão de tela plana serve como entretenimento aos que aguardam atendimento, enquanto o calor é aliviado por ventiladores e por um bebedouro com copos descartáveis repostos sempre que necessário. No outro lado, pacientes só tem um bebedouro onde a possibilidade de sofrer um choque elétrico não está descartada. O mesmo prédio, a mesma localização. Realidades completamente diferentes.


Funcionários que não revelam a identidade por medo de serem perseguidos, afirmam que o pior está na sala da nutrição. Alimentos apodrecem devido a goteiras e mal condicionamento. Inúmeros ofícios foram encaminhados à prefeitura e até agora, nenhum retorno. “Eles estão esperando que alguém morra eletrocutado ou pegue uma bactéria para intervir na unidade”, afirmou uma servidora municipal.


Central foi liberada no final da tarde de ontem


A equipe da TRIBUNA DO NORTE tentou percorrer as instalações do Centro de Hidratação nas primeiras horas da manhã de ontem. O horário escolhido foi o informado pelo diretor do ITCI, Ricardo Oliveira, quando, de acordo com ele, tudo estaria em funcionamento. Com inúmeros funcionários trabalhando na limpeza e arrumação do espaço durante a manhã.


A equipe chegou ao Centro de Hidratação às 9h30 da manhã e percorreu a ala destinada ao Centro mas, quando o repórter foi solicitar autorização do diretor geral da Policlínica Oeste, Eliázaro, para tirar fotos, o diretor do ITCI solicitou que a porta de acesso ao local fosse fechada por um dos servidores municipais, impedindo o retorno da equipe de reportagem. Eliázaro não autorizou que fotos fossem feitas e que o repórter percorresse o local.


A recepção na qual estão instalados os equipamentos e funcionários do ITCI, era utilizada pelos servidores do ambulatório por ser mais segura e adequada para o recebimento dos pacientes da comunidade que se consultam no local. Desde a manhã de ontem, uma mesa foi colocada numa outra entrada do posto médico e os funcionários municipais trabalham em condições precárias.


Opinião do Folha de Noticias

A Saúde no municipio de Natal está totalmente sem rumo,temos que rezar e orar pedindo a DEUS que o Restante do mandato da Prefeita Micarla Souza termine o mais rapído possivel.
Que saudade do Ex-prefeito Carlos Eduardo



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Médicos recusam proposta de pagamento da Sesap e continuam com greve

Saúde - RN

Médicos concursados do estado continuam em greve


Reunidos em audiência na tarde desta segunda-feira (18) com secretária adjunta da Sesap, Ana Tânia Sampaio, os médicos concursados do estado não aceitaram de imediato a proposta do governo para encerrar a greve da categoria, iniciada na manhã desta segunda-feira (18). Para dar cabo à paralisação dos profissionais, que estão com os salários atrasados há cerca de seis meses, o executivo propôs pagar os valores atrasados paralelamente aos valores do mês atual. O salário de abril seria pago juntamente com o atrasado de novembro, e assim por diante.



Reunião entre Sesap e Sinmed não acabou com a paralisação dos médicos, iniciada nesta segunda-feira

Diante da negativa, os médicos concursados continuam de braços cruzados. De acordo com o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, a categoria irá se reunir em assembléia na quarta-feira (20), às 13h, para discutir e analisar a proposta de governo, que segundo ele "não é a ideal". Além disso, a categoria tem uma reunião agendada para o dia 25 com o titular da Sesap, Domício Arruda, onde serão debatidas questões como o pagamento do terço de férias, plantões eventuais e incorporações de gratificações, também atrasados desde o ano passado.


A secretária adjunta Ana Tânia Sampaio se diz otimista quanto à aceitação da proposta por parte dos médicos. De acordo com ela existe um compromisso do governo do estado de resolver a questão dos médicos recém-contratados até o mês de agosto.


 

Natal tem a 6ª bandeirada de táxi mais cara do país

Natal - RN


Preço da corrida é a mais cara do Nordeste

Rafael Barbosa - Repórter




Natal tem a 6ª bandeirada de táxi mais cara do Brasil. Um levantamento feito pela revista Veja apontou os custos das corridas de táxi com e sem trânsito nas capitais do país para um percurso de 5 km. O valor de uma bandeirada na capital potiguar é de R$ 3,88.


Natal aparece na pesquisa em 9º lugar para o resultado dos dias com trânsito, apresentando um valor total a pagar de R$ 34. Nas corridas de táxi sem trânsito, a capital potiguar aparece em 13º lugar, sendo cobrado dos passageiros o valor de R$ 14.
Rio de Janeiro (RJ) e Campo Grande (MS) são as capitais onde se paga a bandeirada mais cara do país, com os taxistas cobrando R$ 4,50. São Luis (MA), Boa Vista (RR) e Rio Branco (AC) empatam na última posição. Nessas capitais, são cobrados R$ 2,50 pela bandeirada.




domingo, 17 de abril de 2011

“A hora é de trabalho, de vencer desafios”

Politica - RN


Anna Ruth Dantas - repórter da Tribuna do Norte
Entrevista o Deputado Federal Henrique Eduardo Alves


Líder do PMDB na Câmara dos Deputados e presidente estadual do partido, o deputado federal Henrique Eduardo Alves enaltece os avanços recentes para dois dos projetos do Rio Grande do Norte - a Copa do Mundo de 2014 e o Aeroporto Internacional de São Gonçalo -, critica o debate “precipitado” sobre eleições de 2012 e 2014 e convoca a classe política potiguar para se unir em defesa dos interesses do RN. Para o parlamentar peemedebista, as discussões sobre eleições entravam a própria unidade da classe política por projetos administrativos. “A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido”, analisa.



 
Contundentes, as críticas do deputado federal Henrique Eduardo também são dirigidas aos gestores municipais e estadual. Para ele, é preciso integrar ações, programas conjuntos, como é caso do turismo, do trabalho de combate à dengue, do projeto de integração do transporte.
Em meio a declarações da política administrativa, o deputado federal Henrique Eduardo Alves foi questionado sobre a política partidária e eleitoral, tanto de 2012 como de 2014. Foi cauteloso, ponderado e sucinto: “Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos.”
Sobre os projetos administrativos e política 2012, o deputado federal Henrique Eduardo Alves concedeu a seguinte entrevista:


Como o senhor avalia essa nova fase do projeto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?



A grande notícia para o nosso Estado foi a consolidação do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante. É um processo que se arrasta há 14 anos. Quero fazer justiça a todos que participaram dessa luta, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso porque foi no Governo Garibaldi Filho que ocorreu o primeiro passo. A partir dali todos tentaram viabilizar esse aeroporto com recursos da União, da Infraero. Ao longo do tempo foi se arrastando. E aí houve o grande gesto político da então ministra Dilma e do presidente Lula que tiveram coragem de quebrar o paradigma e tornar o aeroporto de São Gonçalo a primeira experiência, inovadora, única no Brasil, de aeroporto de carga e passageiro privado. Depois participei do enfrentamento com o pessoal do Rio de Janeiro e São Paulo que queriam essa modelagem para os aeroportos de lá. A ministra e o presidente foram de uma correção ímpar com nosso Estado, sensibilidade ímpar com o Nordeste brasileiro, quando disseram para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro que a experiência inovadora, primeira, seria no Nordeste, no Rio Grande do Norte e em São Gonçalo. Se fosse abrir para o Brasil esse tipo de modelo, pela força de mercado esse investimento iria para São Paulo e para o Rio e no final da fila o Rio Grande do Norte. A tese prevaleceu, Graças a Deus e a eles (Dilma Rousseff e Lula), teremos um aeroporto com capacidade, no espaço de três anos, para 5 milhões de passageiros. É um investimento total de R$ 1 bilhão. R$ 250 milhões a R$ 300 milhões do Poder Público e o restante da iniciativa privada. Vai gerar mais de 20 mil empregos. Será um Rio Grande do Norte antes e depois do aeroporto.


Mas o senhor acha que concluirá antes da Copa? O estudo do Ipea afirma que não será finalizado antes do Mundial.


 
Não tenho dúvida que será concluído antes da Copa. Antes as pessoas diziam que o aeroporto não iria sair. Agora todos acreditam que o aeroporto vai sair. Agora um documento do IPEA, que eu vou tratar disso depois da Semana Santa, afirma que o aeroporto não vai ficar pronto. Vai ficar pronto sim. A empresa que for assumir, ganhadora do consórcio, terá que assumir o compromisso, será a exigência de entregar no prazo de início de 2014. E é possível sim com uma boa cobrança e boa vontade. Ainda há algumas etapas a serem feitas. O ministro Valmir Campelo (do Tribunal de Contas da União), a nosso pedido, dividiu o processo do Aeroporto de São Gonçalo em três estágios. O de concessão, que é o mais importante, que dá o ponto de partida, esse nós já vencemos. Tem ainda o ambiental, que está caminhando muito bem, e o edital da construção. Se ele fosse juntar os três numa base só demoraria mais tempo. Então o ministro disse que iria separar e faria o da concessão primeiro, porque este dá início a todo processo.


Há previsão para início das obras?


Antes do final deste mês teremos o edital nas ruas com o preço mínimo de R$ 51,8 milhões para quem vai ser o ganhador desse processo novo, de uma concessão onerosa por 28 anos. Será o aeroporto que se transformará na porta do mundo para entrar no Brasil. Vamos inverter esse processo, de entrar por São Paulo e depois chegar aqui o passageiro ou a carga. Primeiro entrarão por aqui e depois se deslocarão para o Sul do país. Vamos mudar a fisionomia do Rio Grande do Norte.


O aeroporto entra em uma nova fase, ao mesmo tempo em que a Copa do Mundo de 2014 em Natal teve a ordem e serviço assinada...


É bom esclarecer que aqui ou acolá ouço declarações de que o Estado esteve perto de perder a Copa do Mundo. Pois digo que nunca o Estado do Rio Grande do Norte correu esse risco. Atrasos aconteceram, mas outras (sedes da Copa) estão mais atrasadas que a nossa, mas tudo dentro do prazo previsível e suportável. Não houve, em momento algum, risco de Natal deixar de ser sede da Copa do Mundo. Quem estiver usando esse discurso trate de mudar porque eu terei de contestar. Foi o projeto mais bem avaliado, foi a cidade mais bem avaliada, foram o clima, a amabilidade do povo, a cidade plana, a rede hoteleira que nos credenciaram. As obras serão feitas, o aeroporto complementa, mas nunca Natal deixou de ser sede da Copa do Mundo. A assinatura do contrato é importante. No caso do Machadão acho que poderia ter sido feito um esforço para antecipar a demolição, poderia ter avançado nisso. Mas está tudo dentro do prazo e as coisas irão acontecer.


A sua influência junto ao Governo Federal parece trazer garantias de obras como o aeroporto.



Não é influência minha. Não é a força do deputado Henrique, tem muito aí a força do meu partido, do PMDB, é um partido que é forte na Câmara, forte no Senado, é o maior partido do Brasil e isso pesa na hora de decidir candidato junto ao Governo.


Mas o senhor é o líder do PMDB na Câmara dos Deputados?


Sim, mas isso é questão de interlocução. Mas essa é a força do partido e todos colaboraram. Essa luta foi do governador Garibaldi antes, da governadora Wilma, do governador Iberê, da governadora Rosalba agora. É um esforço de todos nós, coletivamente. Não há guerra, disputa de vaidade que seria algo muito primário e imaturo. Mas agora há outras etapas há vencer.


E no meio dessas etapas, eleições municipais. Isso atrapalha?



Acho que a questão de se colocar disputa para prefeito, pesquisa, isso está muito fora de época. O eleitor não quer saber disso, ele está pensando em outras coisas. O eleitor quer saber agora dos projetos, dos programas, como estão os resultados. Essa é a hora da união, independente da eleição daqui a dois anos. Nós temos desafios urgentes. As ZPEs (Zonas de Processamento Ambiental) são importantes que elas sejam consolidadas junto com o aeroporto. Tem também a questão do Porto de Natal. Nosso porto já está perdendo pela sua capacidade reduzida, perdendo para Pecém, Suape. Há um projeto muito bem feito pela Codern viabilizando um novo cais do outro lado do rio.


Mas um outro porto naquele local não traz uma discussão ambiental?


É verdade. Isso vai gerar uma polêmica de meio ambiente, mas precisamos discutir logo isso. Esse é um desafio urgente de toda bancada, governadora, é compromisso do Rio Grande do Norte com o seu futuro. Temos ainda a questão da BR 304, Natal-Mossoró. Nós já temos duplicado Fortaleza chegando a Aracati, se duplicarmos o braço Natal-Mossoró, faremos Natal-Fortaleza com muito mais proximidade. A produção será escoada mais rapidamente. Acho que é uma interligação importante para conseguirmos nessa luta comum, duplicar Natal-Mossoró. Temos outros desafios que é a qualificação da mão-de-obra. Esses eventos que irão ocorrer, os instrumentos que serão viabilizados temos que ter o aproveitamento da mão de obra daqui. Como será instalar essas empresas, esses equipamentos e virem trabalhadores da Bahia, do Rio de Janeiro, de São Paulo? Esse é o apelo que eu faço para o nosso jovem estar habilitado, preparado, para ocupar esse emprego. Só no nosso aeroporto de 25 mil empregos, 40% das empresas de aviação aérea irão se instalar no aeroporto aqui. Elas precisarão de funcionários que falem Inglês, Espanhol, Japonês, Francês, isso é um curso que leva dois ou três anos para fazer um curso de boa qualidade. Precisamos trabalhar essa garotada toda. Inclusive, promover curso de Informática, virão muitas empresas. Temos que gerar emprego, primeiro os nossos (trabalhadores locais), a qualificação precisa ser feita para que o cidadão possa ter o seu emprego, a sua renda e ajudar a gerar o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.


Não é perigoso apostar o desenvolvimento do Estado apenas no aeroporto?


Tem também a questão da eólica. Estão investindo R$ 8 bilhões que pode ser muito mais e há um estudo ainda preliminar de poder fazer a eólica no mar. Temos um dos mais rasos (mares) do Nordeste. Então essa questão poderia ser viabilizada com um custo muito mais baixo porque não teria a compra do terreno e forçariam os terrenos a terem o preço mais. É uma opção que poderemos ter e favorecendo muito o Rio Grande do Norte. A eólica será um braço muito forte do nosso desenvolvimento.
Temos que aproveitar o bom momento do país"


Embora o senhor esteja evitando falar de política, o que se percebe é uma proximidade do senhor com a governadora Rosalba Ciarlini. Seria uma proximidade administrativa que poderá se converter em aliança política?


Não votei na governadora Rosalba, votei em Iberê, não me arrependo. Conheço Iberê e ele mereceu meu voto, mas a eleição passou. Só queria que os políticos entendessem que a eleição passou. Quem ganhou, ganhou, quem perdeu que respeite. Desde primeiro de janeiro a governadora é Rosalba. Mesmo não tendo votado nela, quem teve a iniciativa de levá-la à presidenta Dilma para abrir as portas - e elas foram abertas - foi o deputado Henrique em uma audiência que foi importante pela postura da presidenta Dilma e pela postura da governadora Rosalba. Elas se afinaram, são mulheres administradoras com desafios, a partir dali (ele, Henrique Eduardo) quis mostrar à classe política e ao Rio Grande do Norte que nós temos que nos unir. O Ceará é conhecido pela sua briga com outros Estados, mas dentro se une como ninguém. Pernambuco mostrou como cresceu pelo que construiu. A Bahia está aí e nem Nordeste mais é por tanto crescimento que teve. Agora é a vez do Rio Grande do Norte. Com esse aeroporto, com as ZPEs, com o novo porto, com a energia eólica. A gente tem que se unir e esquecer eleição e não ficar preocupado se vai gerar ou não aliança política, isso aí a gente deixa para época própria da política eleitoral e cada um que avalie o que é melhor para o seu partido. Agora convoco a classe política para a gente dar as mãos e fazer a luta da unidade do Rio Grande do Norte. O Brasil está hoje em um bom momento, bons investimentos, recursos na infraestrutura, mas vão ter as prioridades. E no Nordeste a briga é terrível no bom sentido. Quem tiver maior força, e isso passa pela unidade, vai priorizar os seus projetos. Convoco o Rio Grande do Norte para deixar a eleição que passou, não pensar na eleição que virá daqui a dois anos. Se não acontece isso: você não se une com fulano porque ele pode ser prefeito daqui a dois anos, não dar as mãos porque pode se reeleger, se pensar nisso como fica cidadão que mora aqui e quer melhorias na educação, saúde, segurança, geração de renda? Não adianta pensar agora quem será prefeito, governador. Já vejo especulação de quem será o senador. Acho isso tão fora de propósito porque isso termina nos dividindo. Podem dizer que não, mas divide sim porque (pensando na política eleitoral) os encontros são rarefeitos, reuniões desmotivadas, cada um pensando se vai ajudar um adversário ou não. Isso é um grave erro que aqui eu quero evitar que ocorra. É hora de deixar a eleição que passou e a eleição que vem e fazer o presente do Rio Grande do Norte.


Embora o sr. diga isso, o PMDB já disse que vai lançar candidato próprio a prefeito de Natal.



Isso é um conceito partidário. Não é definição de candidatura e nem dizer quem será o candidato. É um conceito que vai prevalecer em todos os partidos. Há muitos anos não temos candidato a prefeito de Natal. Como conceituação o partido decidiu que onde há eleição em cidades maiores é obrigatório ter candidato a prefeito.


O deputado Hermano Morais é o nome do PMDB para disputar a Prefeitura do Natal?



Se estou condenando a antecipação de candidatura não vou cometer esse erro (de falar sobre candidatura). O deputado Hermano é qualificado, mas vamos deixar para depois a questão eleitoral. Agora estou preocupado com o projeto para desenvolver, para libertar o Rio Grande do Norte.


Mas ainda insistindo um pouco sobre política, o seu nome é citado como provável candidato a senador. Seria o seu caminho em 2014?


Esse assunto é fora de pauta. Se eu pensar nisso, é da pessoa humana quem é que será meu concorrente daqui a quatro anos aí já começa a ver a pessoa diferente. Isso não é bom para o Estado. O cidadão se você perguntar na próxima eleição ele até se irrita. A obrigação de quem se elegeu é cumprir agora o seu projeto.


Então o senhor reprova candidato que já está defendendo candidatura?


Acho equivocado. Respeito as diferentes visões, é hora de organizar partido sim, é permanente, atualizar. Agora colocar como principal ponto a questão da eleição daqui a dois anos não. É hora de dar as mãos. Como vou dar as mãos com sinceridade pensando em eleição? Temos que ser todos iguais na luta igual pelo Rio Grande do Norte. Dou um exemplo claro e faço até um apelo à governadora e à prefeita de Natal e aos prefeitos da Grande Natal, não entendo como a questão do turismo que é básico para a cidade, não entendo como os Governos não se sentam para isso, não conversam. É prefeitura para um lado e Governo para outro, quando é coisa vital para o Rio Grande do Norte.


Falta amadurecimento desses gestores?


Não. Acho que falta decisão política. Veja a questão da dengue. Por que o Estado não se une a Prefeitura para combater juntos? Não é só Natal. Não é só São Gonçalo, Parnamirim. Haveria um momento de problema comum, estratégia comum, dividir parcela de recursos e se unir. O trânsito em Natal avança, em Parnamirim também, avança em São Gonçalo e não vejo ação conjunta, vejo ação isolada. A questão de qualificação de mão de obra poderia ser feita conjuntamente. Por que as pessoas não se sentam? E eu sei da boa vontade da governadora Rosalba. Ela teria a maior disponibilidade para isso. A prefeita Micarla está aí, lutando com muitas dificuldades.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

Saúde - Brasil


O que é?


É uma doença do Sistema Nervoso Central, lentamente progressiva, que se caracteriza por placas disseminadas de desmielinização (perda da substância - mielina - que envolve os nervos) no crânio e medula espinhal , dando lugar a sintomas e sinais neurológicos sumamente variados e múltiplos, às vezes com remissões, outras com exacerbações, tornando o diagnóstico, o prognóstico e a eficiência dos medicamentos discutíveis.

O que causa?

Não existem causas conhecidas para a esclerose múltipla, entretanto estudam-se causas do tipo anomalias imunológicas, infecção produzida por um vírus latente ou lento e mielinólise por enzimas.

Observações de casos familiares sugerem suscetibilidade genética e as mulheres são um pouco mais afetadas do que os homens.

Podemos dizer que atualmente há maior número de casos do que nos anos 50, e que as manifestações surgem entre os 20 e os 40 anos de idade, sendo que essa enfermidade teria menor prevalência e incidência na América Latina, principalmente no Brasil, pois é mais comum em climas temperados do que em climas tropicais.

O que se sente?

Os pacientes referem problemas visuais, distúrbios da linguagem, da marcha, do equilíbrio, da força, fraqueza transitória no início da doença, em uma ou mais extremidades, dormências, com períodos às vezes de melhoras e pioras, sendo que quando predomina na medula, as manifestações motoras, sensitivas e esfincterianas se encontram geralmente presentes, existindo raramente dor.

A evolução é imprevisível e muito variada. No início podem haver períodos longos de meses ou anos entre um episódio ou outro, mas os intervalos tendem a diminuir e eventualmente ocorre a incapacitação progressiva e permanente. Alguns pacientes se tornam rapidamente incapacitados. Quando a doença se apresenta na meia-idade a progressão é rápida e sem melhoras e às vezes fatal em apenas um ano.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico possível e provável dependerá da experiência do neurologista que, auxiliado por exames para-clínicos pertinentes, tais como: Ressonância Magnética, líquido cefalorraquidiano, potenciais evocados e outros, chegará ao diagnóstico definitivo, sem praticamente precisar do exame anátomo-patológico.

Qual é o tratamento?

Quanto ao tratamento, além dos cuidados gerais, recomenda-se fisioterapia e psicoterapia. Usam-se antivirais como Amantadina, Aciclovir, Interferon, Imunossupressores, ACTH, Corticóides que, se não curam, poderão melhorar às vezes sensivelmente a sintomatologia, sobretudo Pulsoterapia corticóide, acompanhado ocasionalmente por plasmaferese, são algumas armas utilizadas com o intuito de combater a doença, porém devemos reconhecer que são sumamente dispendiosos e com resultados discutíveis. Inobstante poder combater os sintomas como a espasticidade (droga antiespástica), toxinas botulínica, betabloqueadores e as dores raras do Trigêmeo (carbamazepina e clonazepam), inequívocamente auxiliam a vida dos pacientes, que apresentam sempre um sinal de interrogação no seu prognóstico.


Veja abaixo um exemplo de superação


Claudia Rodrigues: "Saí do consultório e me acabei de chorar"

A atriz descreve o drama da esclerose múltipla e fala de sua expectativa de voltar à TV


O sorriso com que a atriz e humorista Claudia Rodrigues recebeu a reportagem de ÉPOCA sumiu quando ela notou a presença do fotógrafo. “Vai ter fotografia? Não gosto de foto, prefiro vídeo”, disse, na sala de seu apartamento na Gávea, no Rio de Janeiro, uma cobertura com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o mar e o Cristo Redentor. Claudia estava vestida à vontade e sem maquiagem. Para ficar arrumada, limitou-se a pôr brincos e um vestido. “Nem um batonzinho?”, disse Lucia Colucci, sua agente. Não. Após a foto, desfez a produção. “Voltei a ser eu”, afirma, satisfeita. Em vários sentidos, Claudia quer voltar a ser ela mesma.


Claudia é portadora de esclerose múltipla, doença que atinge cerca de 35 mil brasileiros e provoca sintomas como perda de memória, dificuldades motoras e na fala. A doença foi diagnosticada há cerca de dez anos. Os sintomas se agravaram em 2009, levando ao cancelamento das gravações da série A diarista, em que interpretava a protagonista Marinete. Ela se afastou para fazer tratamento. Quase dois anos depois, melhor, ensaia a volta ao trabalho. Na semana passada, aguardava resposta sobre a volta da personagem Ofélia em Zorra total. Acompanhada de sua agente (“ela sou eu”, diz sobre a proximidade das duas), Claudia falou do período em que a doença atingiu seu estágio mais severo e de sua recuperação.

ENTREVISTA - CLAUDIA RODRIGUES
 
 
QUEM É


Formada em educação física pela Universidade Gama Filho, seguiu carreira como atriz e comediante. Estudou artes cênicas no Teatro Escola da Rosane Gofman. É mãe de Iza, de 8 anos

O QUE FEZ

Fez filmes como Xuxa popstar e programas humorísticos de televisão como Escolinha do Professor Raimundo, Sai de baixo, Zorra total e A diarista
 
 
 
 
ÉPOCA – Como você descobriu que sofria de esclerose múltipla?


Claudia Rodrigues – Estava na peça Monólogos da vagina, em São Paulo, quando senti uma dormência no braço esquerdo. Achei que fosse cansaço ou algum problema de coluna. O pessoal da produção disse que eu poderia estar infartando, então fui ao hospital. Segunda-feira eu vim a uma clínica no Rio. Fiz exames, não deu nada. A médica pediu ressonância do cérebro. Eu respondi: “Minha cabeça é vazia, mas se você quiser ver...”. Uma médica entrou e disse: “Chamei outro médico para falar com você”. Perguntei o que eu tinha. Ela disse: “Ah, o neurologista vai te explicar”. Ele entrou e foi bem direto: “Esclerose múltipla”. O nome não me dizia muita coisa, mas assustou. O médico disse que eu poderia ter uma vida normal e mais para frente poderia sentir alguma coisa. Saí do quarto e me acabei de chorar. Voltei e perguntei: “Doutor, tenho uma pergunta só: vou poder ser mãe?”. Ele disse que sim. Fiquei um pouco mais tranquila.

ÉPOCA – Quando a doença passou a incomodar?

Claudia – Foi por volta de junho de 2009. Passei a sofrer problemas de memória durante as gravações de A diarista. Eu nunca tinha problemas para decorar textos. Me passavam em cima da hora, eu ia lá e fazia. Nunca tinha pedido texto no meio da gravação. O esquecimento me abateu. As gravações foram interrompidas. Fiquei chateada.

ÉPOCA – Como a doença a afetava?

Claudia – Não conseguia nem falar, né? Eu falava era um “blã, blã, blã”. Eu tinha dificuldades para andar. Agora estou andando melhor. E a memória, né?

ÉPOCA – Como foi interromper a carreira?

Claudia – Foi muito complicado. Eu sou formada em educação física, dei aulas por três anos. Não sinto muitas saudades. Me descobri atriz. Não sei fazer outra coisa. Minha mãe até perguntava se eu iria ficar parada em casa. “Mãe, eu só quero atuar.” (Silêncio.) Fico chateada. Não tinha costume de ficar em casa. Agora fico muito tempo aqui.

ÉPOCA – Como era sua rotina nos primeiros meses?

Claudia – Não era nada. Ficava o tempo todo em casa, montando quebra-cabeça e cuidando da minha filha (Iza, de 8 anos).

ÉPOCA – O que mais você fazia?

Claudia – Quando era criança, eu tinha mania de passar trotes. E voltei a passar. Eu digo que hoje é dia do Mc Lanche Feliz e pergunto à pessoa qual a loja mais próxima. Aí eu falo, falo, falo, falo... Liguei para algumas amigas que diziam com um “não posso” ou eram grosseiras. Eu chamava de sem coração. Alguns desligavam na minha cara. Era minha onda passar trote. Eu esculachava geral quem não comprava.
"Eu vejo televisão e penso: ‘Por que não estou lá?
Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar"

ÉPOCA – Você não sentia vontade de sair de casa?

Claudia – Não. As pessoas me chamavam, mas eu não saía. Minha mãe me mandava para a rua. Eu dizia “não quero, para quê?”. Todo mundo vira para você e pergunta “quando você volta?”. “Já, já”, eu respondia. “Mas quando?” “Meu amor, não sei quando, mas já já, eu estou em tratamento e...” “Ah, minha tia também sofre desse problema, sabia?” “Ah, manda um beijo para sua tia.” É chato. Como eu não quero ser grossa, prefiro não sair.
Sempre tem alguém para te botar para baixo. Eu entrei no Facebook, mas quero sair. Vem alguém e escreve “conheço uma igreja, queria muito que você fosse...”. Outro me pergunta se eu conheço Jesus... sim, conheço Jesus. Minha mãe é católica e eu estudei em colégio batista.

ÉPOCA – Como é ficar sem atuar?

Claudia – Eu vejo televisão e penso: “Por que eu não estou lá?”. Não quero tomar o papel de ninguém. Só quero atuar. Depois que você sai do foco, as pessoas te esquecem.

ÉPOCA – E o tratamento?

Claudia – Eu fiz em São Paulo. Logo eu, que sempre fiz piada de São Paulo, uma cidade com muita gente, prédio pra caramba, com pessoas que falam mal de carioca... (a agente, paulistana, faz cara feia). Não adianta fazer essa cara, não (risos). Me consultei com o doutor Charles Tibery, do (Hospital Albert) Einstein. Eu falei: “Meu cérebro não está bom, né?”. Ele disse que não. “Então tchau”, respondi. Ele disse: “Tchau, não. Você vai ficar aqui uns dias”. Comecei a tomar o natalizumabe (medicamento) e melhorei muito.

ÉPOCA – E hoje, você acha que está boa?

Claudia – Minha memória está bacana. Coisas de que eu não lembrava, como números de telefone, agora eu me lembro. Outro dia lembrei da minha matrícula da faculdade. Eu me sinto bem.

ÉPOCA – O que pretende fazer agora?

Claudia – Se Deus quiser, sexta-feira vou ao Projac e gravo uma Ofélia. Tomara que seja a primeira de muitas.

ÉPOCA – Ansiosa?

Claudia – Mais ou menos. Quero voltar a interpretar e fazer bem o papel.

ÉPOCA – Alguma insegurança?

Claudia – Não.

ÉPOCA – Você ensaia em casa?

Claudia – Não.

ÉPOCA – Alguma personagem que você viveu lhe serve de inspiração?

Claudia – A Thalía (da Escolinha do Professor Raimundo, que tinha o bordão “vou beijar muuitoo”). Ela é uma mulher que eu queria ser. É péssima, mas se acha “a” mulher. Ela tem uma autoestima muito forte. A Marinete (protagonista de A diarista) é muito correta, muito honesta. Não que eu não seja honesta! (Risos.)

História dos Mártires - Parte 2

Religião - RN


Eliminando a resistência


Em Uruaçu, massacre eliminou os líderes locais para evitar que levante chegasse ao Rio Grande do Norte



A notícia do massacre em Cunhaú espalhou-se rápido entre os colonos luso-brasileiros do Rio Grande. Em Natal, mesmo suspeitando da conivência do governo holandês com o crime, alguns moradores influentes, liderados pelo padre Ambrósio Francisco Ferro, pediram abrigo no Castelo de Keulen. A princípio foram recebidos como hóspedes.


Outros, que não foram ao castelo, ergueram um paliçada para forticar a localidade conhecida como Potengi, distante cerca de três léguas (18 km) do Castelo de Keulen, às margens do rio Jundiái. O número de moradores refugiados na paliçada passava é incerto. Cronistas portugueses falam em "70 homens". Documentos holandeses citam 232 pessoas.


O terror aumentava a medida que chegavam notícias da marcha dos tapuias e potiguares, junto com o grupo de Jacob Rabbí, por vários localidades entre o Rio Grande e Paraíba. Os colonos juntaram armas e mantimentos para resistirem a um possível ataque e cerco dos índios e holandeses.


Alguns cronistas atribuem à vontade pessoal de Jacob Rabbí a ordem de ataque ao arraiá do Potengi. A lógica da guerra mostra que foi o próprio conselho holandês quem deve ter determinado o ataque que acabou no segundo massacre de colonos luso-brasileiros no Rio Grande. Uma paliçada, com homens em armas e prontos para a resistência, não deve ter parecido nada amistoso aos holandeses que já começavam a perder terreno para revoltosos, com táticas semelhantes, em Pernambuco.


Pesquisando nos arquivos de Haia para a causa da postulação dos martíres, monsenhor Francisco de Assis, encontrou documentos que provam a conivência do governo holandês. A reconstituição dos fatos, com base em documentos portugueses e flamengos, mostram que o cerco a paliçada do Potengi durou 16 dias. Foi iniciada em setembro pelo grupo de Jacob Rabbí e, depois, contou com reforços enviados pelo Castelo de Keulen, incluindo duas peças de artilharia. O bombardeio forçou a rendição dos luso-brasileiros.


Ocupada a paliçada do Potengi, os holandeses levaram cinco reféns para o Castelo de Keulen. Os demais colonos ficaram confinados a paliçada, mas já não tinham muitas esperanças sobre o que poderia acontecer. Diogo Lopes Santiago (Historia da Guera de Pernambuco) e Manuel Calado do Salvador (O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade) contam que o clima entre os refugiados era de "intensa religiosidade", fazendo-se penitências e procissões.


No Castelo de Keulen, aguardava-se a visita de um emissário do Alto e Secreto Conselho do Recife, Adriaen van Bullestrate, que deveria inspecionar o que acontecia no Rio Grande. No dia 2 de outubro chegou uma lancha ao castelo, com uma mensagem do conselho. Os historiadores consideram que era a ordem para executar os principais líderes dos colonos, desestimulando a revolta em terras do Rio Grande.


Não há comprovação dessa ordem, em outros registros históricos, mas o fato é que no dia seguinte - 03 de outubro - os 12 colonos que estavam no castelo são levados em botes para o porto de Uruaçu e executados. À morte deles, segue-se a chacina dos que estavam refugiados em Potengi, depois de terem sido retirados da paliçada e levados para o mesmo porto.


Perfis da fé e do ódio



Dados biográficos são imprecisos pela falta de registros sobre a população do século XVII nas colônias



Os nomes das vítimas de Cunhaú e Uruaçu constam de várias crônicas portuguesas do século XVII sobre a guerra contra os holandeses em Pernambuco. As três principais, nas quais o monsenhor Francisco de Assis Pereira baseou-se para elaborar a lista dos 30 mártires propostos para a beatificação, são as crônicas de Frei Manuel Calado do Salvador (in O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade, de 1648), Diogo Lopes Santiago (in História da Guerra de Pernambuco) e Frei Rafael de Jesus (in Castrioto Lusitano, de 1679).


Abaixo, relação completa dos mártires, com detalhes biográficos de alguns.



Biografias


Padre André de Soveral


O sacerdote é um dos dois brasileiros incluídos na lista para a beatificação. Nasceu em São Vicente, litoral paulsita, em 1572. Como missionário jesuíta catequizou os índios no Nordeste do Brasil. Depois, já no Clero diocesano, foi pároco de Cunhaú, onde foi morto durante a missa com mais 69 fiéis.


Domingos de Carvalho


Além do padre André de Soveral, é o único dos fiéis mortos em Cunháu, identificado com segurança. Não há informações sobre seus afazeres, mas no corpo foram encontradas moedas de ouro, sinal de que devia ser algum mercado próspero. Há dúvidas se foi morto na capela ou na casa do engenho.


Padre Ambrósio Francisco Ferro


Português dos Açores, foi nomeado vigário do Rio Grande em 1636. Refugiou-se na Fortaleza dos Reis Magos (Castelo de Keulen), após o massacre de Cunháu, junto com mais cinco principais da cidade. Foi levado para a morte em Uruaçu.


Antônio Vilela Cid


Fidalgo, nascido em Castela, Espanha, veio para o Rio Grande em 1613 para assumir por ordens do rei Felipe II o cargo de capitão-mor. Nâo se sabe porque não exerceu a função, mas em 1620 era juiz ordinário em Natal. Casou com Dona Inês Duarte, irmão do padre Ambrósio Francisco Ferro. Acusado pelo chefe Janduí de ter sido cúmplice na morte de um holandês, na capitania do Ceará, foi preso no Castelo de Keulen por suspeita de conspiração.


Estêvão Machado de Miranda


Um dos principais da capitania do Rio Grande, casado com dona Bárbara, filha de Antonio Vilela Cid. Em 1643 fazia parte da Câmara dos Escabinos, espécie de câmara municipal junto ao governo holandês. Esteve na paliçada do Potengi e foi um dos cinco refêns presos na fortaleza. Junto com ele foram sacrificadas, em Uruaçu, duas filhas pequenas.


Antonio Vilela, o Moço


Filho de Antonio Vilela Cid. Retirado da paliçada do Potengi e morto juntamente com uma filha pequena.


Mateus Moreira


Estava na paliçada do Potengi. Teve o coração arrancado pelas costas e morreu exclamando "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".


Antônio Baracho


Também retirado da paliçada do Potengi. Teve o corpo amarrado a uma árvore. Arrancaram-lhe a língua e o castraram, colocando na boca os orgãos genitais. Foi açoitado e queimado com ferros em brasa.


Manuel Rodrigues de Moura


Resistente da paliçada do Potengi. Foi levado para o sacrifício com a mulher, que os cronistas não identificam o nome. Relatam apenas que, depois de morto o marido, ela teve os pés e as mãos amputados, sobrevivendo ainda por três dias.


João Lostau Navarro


Nascido em Navarra, a época incorporado à França de Henrique IV. Um dos mais antigos moradores da capitania do Rio Grande. Tinha uma "casa forte" na praia de Tabatinga, invadida por Jacob Rabbi após o ataque em Cunhaú. João Lostau resistiu e foi preso no Castelo de Keulen. Era sogro do tenente-coronel Joris Garstman, comandante holandês que governou o Rio Grande de 1633 a 1637.


João Martins


Jovem que liderava um grupo de sete companheiros. Pariciparam da resistência na paliçada do Potengi. Em Uruaçu foi convidado a passar-se para o lado dos holandeses. Como recusaram, foram mortos. João Martins foi o último a ser executado, após ter sido obrigado a presenciar a morte dos amigos.


Relação completa dos mártires


Mortos em Cunháu:


- Padre André de Soveral

- Domingos de Carvalho


Mortos em Uruaçu:


- Padre Ambrósio Francisco Ferro

- Antônio Vilela, o Moço

- José do Porto

- Francisco de Bastos

- Diogo Pereira

- João Lostau Navarro

- Antônio Vilela Cid

- Estêvão Machado de Miranda

- Vicente de Souza Pereira

- Francisco Mendes Pereira

- João da Silveira

- Simão Correia

- Antônio Barracho

- Mateus Moreira

- João Martins

- Uma filha deManuel Rodrigues de Moura

- A esposa de Manuel Rodrigues de Moura

-Antônio Vilela, o Moço

- Uma filha de Francisco Dias, o Moço

- Primeiro Jovem companheiro de João Martins

- Segundo Jovem companheiro de João Martins

- Terceiro Jovem companheiro de João Martins

- Quarto Jovem companheiro de João Martins

- Quinto Jovem companheiro de João Martins

- Sexto Jovem companheiro de João Martins

- Sétimo Jovem commpanheiro de João Martins

- Primeira filha de Estêvão Macado de Miranda

- Segunda filha de Estêvão Machado de Miranda

Jacob Rabbí teve carreira marcada pela crueldade


Na repressão desencadeada pelos holandeses na capitania do Rio Grande, após o início do levante em Pernambuco, o alvo mais frequente foi a população civil. Os agentes mais atuentes dessa repressão foram os índios - tapuias e potiguares - e o alemão Jacob Rabbí.


A figura de Jacob Rabbi inspirou diversas versões entre os cronistas e historiadores, a maioria delas demoníacas. Natural do condado de condado de Waldeck, emigrou para a Holanda e foi contratado pela Companhia das Índias Ocidentais. Os historiadores o consideravam judeu, mas essa é uma versão que vem sendo discutida e alguns autores já descartam essa possibilidade.


Rabbi chegou ao Brasil junto com o conde João Maurício de Nassau-Siegen, em 23 de janeiro de 1637, desembarcnado no Recife. Em território brasileiro, a missão do alemão era de intérprete junto aos indios aliados, no meio dos quais passou a viver, adotando alguns dos seus costumes. Casou com uma índica janduí, Domingas, e mostrou-se um observador culto. Seus estudos etnográfico sobre os índios não eram destituídos de valor e foi citado por autores posteriores, apesar dos manuscritos terem se perdido. Sintetizou suas informações sobre a vida indígena na obra " De Tapuryarum moribus et consuetubinibus, e Relatione Iacobbi Rabbi, Qui aliquot annos inter illos vixit".


No comando das tropas de janduís e potiguares, além de aventureiros que viam na guerra uma oportunidade de enriquecimento, Rabbí foi responsável por massacres e saques a engenhos entre nas capitanias do Rio Grande, Paraíba e Pernambuco. Entre o massacre de Cunhaú, em 16 de julho de 1645, e o de Uruaçu, em 3 de outubro do mesmo ano, o aventureiro desceu em direção a Goiana (Pernambuco), saqueando tudo pelo caminho. Em meados de agosto, as margens do rio Goiana, foi detido e rechaçado por tropas luso-brasileiras, tomando então a decisão de voltar ao Rio Grande, onde atacou, em setembro, a paliçada do Potengi.


Por conta da morte de João Lostau Navarro, em Uruaçu, Rabbi foi morto em emboscada na noite de 4 de abril de 1646 – menos de um ano depois do massacre - quando sai de um jantar na casa de um certo Dirck Maeller, as margens do Potengi. As investigações apontaram como mandante do crime o tenente-coronel Joris Garstman, genro de João Lostau. Garstman chegou a ser punido e enviado de volta à Holanda, mas acabou anistiado e voltou ao Brasil, permancendo até 1654.