quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ibope mostra Serra com 31% das intenções e Russomanno com 16%

Politica - São Paulo - SP

Ex-governador José Serra lidera pesquisa Ibope com 31% O ex-governador José Serra (PSDB) lidera a disputa pela Prefeitura em São Paulo com 31% das intenções de votos, de acordo com pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (9) pelo SPTV, da TV Globo.
Em segundo está o ex-deputado Celso Russomanno (PRB), que aparece com 16%.
O deputado Gabriel Chalita (PMDB), com 6% das intenções, está à frente do ex-ministro petista Fernando Haddad, que conta com 3%.

 á os números dos outros candidatos são: Netinho de Paula (PC do B), 8%; Soninha (PPS), 7%; Paulinho da Força (PDT), 5%; Carlos Gianazzi (PSOL), 1%; e Luiz Flavio Borges D'Urso (PTB), 1%. Levy Fidelix (PRTB) não pontuou.

Os brancos e nulos somaram 1%, enquanto 10% dos entrevistados não souberam responder.
Pesquisa do mesmo instituto feita em dezembro mostrava Serra na liderança com 20% das intenções de voto, contra 14% de Netinho. Na oportunidade, o tucano não havia se apresentado como candidato.
Em seguida aparecia Paulinho, com 8%; Soninha, somando 6%; Chalita, chegando a 5%; Haddad, com 4%; e Guilherme Afif Domingos (PSD), com 3%.

No levamento divulgado hoje, o Ibope entrevistou 805 pessoas entre os dias 3 e 5 de maio. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número SP-00027/2012.

REJEIÇÃO
 
Netinho é o que aparece com o maior percentual de rejeição com 35% das pessoas dizendo que não votariam nele. Em seguida vem, Serra, com 35%; Levy Fidelix, 19%; Paulinho, 18%; Soninha, 17%; Russomanno, 13%; Haddad, 12%; Chalita, 11%; D'Urso, 11%; Giannazi, 9%; Poderia votar em todos, 6%; Não sabe/não respondeu, 11%.

O Ibope perguntou em quem os entrevistados votariam para prefeito espontaneamente. Nesta situação, cerca 60% declaram não saber em quem votariam ou não opinam sobre sua preferência, e 13% declaram intenção de votar em branco ou nulo.
Nessa medida, Serra tem 11%, e os demais nomes citados espontaneamente não ultrapassam 2% cada um.

DATAFOLHA
 
Pesquisa Datafolha feita no começo de março também revelava Serra na liderança com 30% dos votos. Os números significaram uma subida de nove pontos em relação ao levantamento feito em janeiro. O ex-governador liderava em todos os cenários feitos pelo instituto.

Em segundo ficava Russomanno, com 19%. Já Haddad obteve apenas 3% das intenções.
Na frente dele, estavam Netinho (10%), Paulinho (8%), Soninha (7%) e Chalita (7%).
O Datafolha ouviu 1.087 eleitores. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. O registro da pesquisa é SP-00009/2012.

KASSAB E ALCKMIN
 
A pesquisa do Ibope também mostrou como os eleitores avaliam a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Kassab tem 3% de ótimo, 19% de bom, 38% de regular, 14% de ruim e 25% de péssimo. Não sabe/não respondeu: 2%.
Já Alckmin tem 6% de ótimo, 36% de bom, 38% de regular, 10% de ruim e 8% de péssimo. Não sabe/não respondeu: 2%.

Empresário cita propina de R$ 1 milhão para José Agripino

Politica - RN

Alcides Fernandes diz em depoimento que quatro cheques de R$ 250 mil foram destinados ao presidente do DEM por George Olímpio.

  A delação premiada de Alcides Fernandes foi tornada pública nesta quarta-feira (9) e confirmou o que há muito se comentava à boca miúda no Rio Grande do Norte, que voltará à projeção nacional após a acusação de que o senador José Agripino Maia teria sido beneficiado com promessa de propina que soma um milhão de reais e que teria sido paga por George Olímpio, apontado como mentor das fraudes investigadas no Detran/RN, no âmbito da Operação Sinal Fechado.
O Nominuto deverá disponibilizar as onze horas de vídeo a partir de hoje. A revista Carta Capital já teve acesso ao conteúdo da mídia e antecipou a informação sobre o senador potiguar.

O texto relata as intricadas relações e cita ainda suposta propina que, de acordo com Gilmar da Montana, outro investigado, foi dada a Carlos Augusto Rosado para a campanha de Rosalba Ciarlini (DEM) em 2010.

De acordo com trechos da delação, gravada em vídeo, Barbosa afirma ter sido chamado, no fim de 2010, para um coquetel na casa do senador Agripino Maia, segundo disse aos promotores, para conhecer pessoalmente o presidente do DEM. O convite foi feito por João Faustino Neto, ex-deputado, ex-senador e atual suplente de Agripino Maia no Senado Federal.

Segundo o lobista, ele só foi chamado ao encontro por conta da ausência inesperada de outros dois paulistas, um identificado por ele como o atual senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o outro apenas como “Clóvis” – provavelmente, de acordo com o MP, o também tucano Clóvis Carvalho, ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso.

Apontado como um dos principais articuladores do esquema criminoso no estado, Faustino Neto foi subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo durante a gestão do tucano José Serra. Na época, era subordinado a Aloysio Nunes Ferreira.

De acordo com os promotores, o papel de Barbosa na quadrilha era evitar que a Controlar, uma empresa com contratos na prefeitura de São Paulo, participasse da licitação que resultou na escolha do Consórcio Inspar. Em conversas telefônicas interceptadas com autorização da Justiça potiguar, Barbosa revela ter ligado para o prefeito Gilberto Kassab (PSD), em 25 de maio de 2011, quando se identificou como responsável pela concessão da inspeção veicular no Rio Grande do Norte.

Aos interlocutores, o lobista garantiu ter falado com o prefeito paulistano e conseguido evitar a entrada da Controlar na concorrência aberta pelo Detran local. Em um dos telefonemas, afirma ter tido uma conversa “muito boa”. Embora não se saiba o que isso significa exatamente, os promotores desconfiam das razões desse êxito. Apenas em propinas, o MP calcula que a quadrilha gastou nos últimos dois anos, cerca de 3,5 milhões de reais.

Aos promotores, Alcides Barbosa revelou que foi levado ao “sótão” do apartamento do senador Agripino Maia, em Natal, onde garante ter presenciado o advogado Olímpio negociar com o senador apoio financeiro à campanha de 2010. Na presença de Faustino Neto e Barbosa, diz o lobista, George prometeu 1 milhão de reais para o presidente do DEM.

O pagamento, segundo o combinado, seria feito em quatro cheques do Banco do Brasil, cada qual no valor de 250 mil reais, a ficarem sob a guarda de um homem de confiança de Agripino Maia, o ex-senador José Bezerra Júnior, conhecido por “Ximbica”. De acordo com Barbosa, Agripino Maia queria o dinheiro na hora, mas Olímpio afirmou que só poderia iniciar o pagamento das parcelas a partir de janeiro de 2012.

O depoimento de Alcides reforça um outro, do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, dono da construtora Montana e, por isso mesmo, conhecido por Gilmar da Montana. Preso em novembro de 2011, Montana prestou depoimento ao Ministério Público e revelou que o tal repasse de 1 milhão de reais de George Olímpio para Agripino Maia era “fruto do desvio de recursos públicos” do Detran do Rio Grande do Norte.

O empresário contou história semelhante à de Alcides Barbosa. Segundo ele, Olímpio deu o dinheiro “de forma parcelada” na campanha eleitoral de 2010 a Carlos Augusto Rosado, marido da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), e para o senador Agripino Maia. E mais: a doação foi acertada “no sótão do apartamento de José Agripino Maia em Morro Branco".

Com base em ambos os depoimentos, o Ministério Público do Rio Grande do Norte decidiu encaminhar o assunto à Procuradoria Geral da República, uma vez que Agripino Maia, por ser senador da República, tem direito a foro privilegiado. Lá, o procurador-geral Roberto Gurgel irá decidir se uma investigação será aberta ou não.

Procurado, o senador José Agripino Maia negou todas as acusações. Afirma que nunca houve o referido coquetel no apartamento dele, muito menos repasse de 1 milhão de reais das mãos da quadrilha para sua campanha eleitoral, em 2010. Negou até possuir um sótão em casa. “Sótão é aquela coisinha que a gente sobe por uma escadinha. No meu apartamento eu tenho é uma cobertura”, explicou. Agripino Maia afirma ser vítima de uma armação de adversários políticos e se apóia em outro depoimento de Gilmar da Montana, onde ela nega ter participado do coquetel na casa do senador.

Professores da rede estadual paralisam atividades nesta quinta-feira

Educação - RN

Os professores da rede estadual irão paralisar as atividades durante todo o dia nesta quinta-feira (10). A manifestação terá início às 9h e ocorrerá até às 15h, quando os irão realizar um debate na Assembleia Legislativa. Durante a terça-feira (8), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) visitou as escolas para mobilizar professores para o movimento.  O protesto, a princípio, não se estenderá e os professores retornarão às aulas na sexta-feira.

Na manifestação, os professores irão exigir melhorias nos planos de carreira e nas condições de trabalho, segundo informou a presidenta do Sinte/RN, Fátima Cardoso.  De acordo com ela,  os professores irão se manifestar pelo  pagamento do plano de carreira dos funcionários e o pagamento de forma integral dos aposentados. A gratificação a diretores das escolas também será lembrada pelo Sindicato durante a paralisação.

Além disso, os professores cobram  o envio de um Projeto de Lei que encontra-se no Governo. "Tem um projeto de Lei sobre a revisão de plano de carreira que está no Governo desde 2010", disse Fátima Cardoso. No tocante à infraestrutura, o sindicato também coloca em pauta a ampliação de algumas escolas estaduais.

Outro ponto citado pela presidenta como motivador da greve é sobre a intenção do Governo de privatizar pontos da Educação e da Saúde. Segundo ela, o Governo do Estado enviou uma proposta à Assembleia Legislativa para privatizar alguns serviços relativos às duas classes. Por esse motivo, a manifestação terá início em frente ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (SindSaúde) e depois seguirá para o Sinte. Os servidores da saúde, no entanto, não irão paralisar as atividades.


A presidenta do sindicato, Fátima Cardoso, reclamou também da falta de diálogo por parte da secretária de Educação, Bethânia Ramalho. Segundo ela, a secretária não se manifesta sobre as proposições do Sinte e segue em "silêncio total". "Ela tá reprimindo cada vez mais as nossas demandas. É fundamental esse diálogo com sindicato", lamenta. Segundo Fátima Cardoso, a secretária não se dispõe a se reunir com o sindicato. "Quando a gente consegue se reunir, ela reclama que tem muita pauta pra ser discutida. Infelizmente, as pautas vão acumulando", reclamou.

domingo, 6 de maio de 2012

Bahia empata com Vitória, no Barradão, e mantém vantagem

Futebol - Campeonato Baiano 2012

Leão precisa vencer em Pituaçu para ser campeão, enquanto Tricolor pode encerrar jejum de títulos estaduais com nova igualdade no domingo que vem

A expectativa era de muitos gols e um jogo emocionante. Mas não foi bem assim. No primeiro jogo da final do Campeonato Baiano, Bahia e Vitória não saíram do 0 a 0 no Barradão. O resultado faz com que o Tricolor precise de apenas um empate para encerrar o jejum de dez anos e voltar a conquistar um título estadual. O segundo jogo será no próximo domingo, no estádio de Pituaçu.
Com 23.319 torcedores no estádio, a beleza do clássico ficou somente na arquibancada. Com o resultado, o Bahia segue sem ganhar do Vitória este ano – foram dois empates e um derrota. O Rubro-Negro, por outro lado, manteve a invencibilidade no Barradão. A equipe ainda não sabe o que é perder em casa este ano.

Antes da finalíssima da competição, os times voltam a campo no meio da semana para decidir a continuidade na Copa do Brasil. O Vitória enfrenta o Botafogo, no Rio de Janeiro, na quarta-feira. O jogo de ida terminou empatado em 1 a 1. No dia seguinte, em Pituaçu, o Bahia tem pela frente a Portuguesa. O confronto em São Paulo terminou 0 a 0.

Muita vontade e pouca bola

O motivo dos mistérios dos treinadores – os dois fizeram treinos fechados antes da partida – foi explicado antes mesmo de a bola rolar. Se no Vitória Ricardo Silva decidiu manter o time que empatou com o Botafogo, na quarta-feira, no Bahia, Paulo Roberto Falcão inovou. O treinador escalou o time com três volantes e o trio ofensivo formado por Gabriel, Zé Roberto e Souza.
Mas, com a bola rolando, o mistério não foi justificado. O primeiro tempo em nada lembrou o início do último Ba-Vi no Barradão. Se naquele jogo foram marcados quatro gols em apenas 22 minutos, neste o torcedor teve de se contentar com o 0 a 0 por longos 45 minutos.

Gabriel Bahia x Vitória (Foto: Angelo Pontes / Ag. Estado)Gabriel foi a principal esperança de gols do lado do Bahia (Foto: Angelo Pontes / Ag. Estado)
 
Sem criar grandes chances, o Vitória arriscou de fora da área, mas sem criar perigo para Marcelo Lomba. O lance que mais assustou o goleiro do Bahia foi quando ele se atrapalhou com Rafael Donato e o zagueiro, por pouco, não fez um gol contra de peito.

No Bahia, a principal esperança foi Gabriel. No entanto, o meia atacante abusou das quedas e reclamações. O árbitro Marcelo de Lima Henrique ignorou as simulações.
Se faltou o bom futebol, sobrou rispidez. Além dos entendimentos costumeiros entre os rivais, o final do primeiro tempo foi marcado por discussões também entre os próprios jogadores do Vitória. Rodrigo e Douglas, Pedro Ken e Rodrigo e Wellington Saci e Victor Ramos proporcionaram alguns momentos de tensão para a torcida rubro-negra.

- Mas decisão é isso aí mesmo. Tem que se cobrar todo o tempo – justificou o meia Geovanni.


Na volta do intervalo, com a necessidade de vencer para tirar a vantagem conquistada pelo Bahia, o Vitória partiu para cima. O Rubro-Negro passou a ditar mais claramente o ritmo de jogo, mas encontrou dificuldades para superar a barreira defensiva do Bahia, com Rafael Donato e Titi.
 
 
Com o time pressionado, Falcão decidiu mudar o Bahia. Zé Roberto deixou o campo para a entrada de Vander. A mudança surtiu efeito rápido. No primeiro lance, o meia fez boa jogada individual e chutou de fora da área. A bola passou perto do gol de Douglas. No lance seguinte, foi a vez de Souza assustar o goleiro do Vitória.

Pouco depois, o Vitória se recuperou do susto e só não abriu o placar por causa de Marcelo Lomba. Em cruzamento de Pedro Ken, aos 26 minutos, Tartá cabeceou à queima-roupa. Ligado no jogo, o goleiro do Bahia conseguiu evitar o gol rubro-negro.

Sem furar a defesa tricolor, Ricardo Silva optou por colocar o time mais para a frente. Geovanni deu lugar a Dinei, que passou a fazer dupla de ataque com Neto Baiano. Enquanto o técnico interino do Vitória fazia de tudo para abrir o placar, do outro lado Falcão era expulso por reclamação. Nos últimos 15 minutos de jogo, o Bahia ficou sem o treinador na beira do campo.

Nos minutos finais do jogo, o Tricolor, com a vantagem de atuar por dois empates para ser campeão, passou a cadenciar mais o jogo e não se expôs tanto. O Vitória foi em busca do gol de qualquer forma, mas não superou o sistema defensivo adversário. A decisão ficou para Pituaçu.

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Sport fica no zero com Santa Cruz e mantém vantagem nas finais

futebol - Campeonato Pernambucano 2012

Tricolor e Rubro-Negro empatam em jogo truncado no Arruda. Se o placar se repetir na Ilha do Retiro, dia 13, o Leão garante o título de campeão

Diante de um Arruda cheio, com 44.082 torcedores, o Sport entrou em campo para jogar a primeira partida da final do Campeonato Pernambucano com a vantagem do empate e saiu de campo sorridente. Neste domingo, o Leão foi até o Arruda e conseguiu segurar o 0 a 0 com o Santa Cruz. Agora, basta ao Rubro-Negro empatar pelo mesmo placar na Ilha do Retiro, no próximo dia 13, para colocar a faixa de campeão estadual no peito. Ao Tricolor, só resta a vitória por qualquer placar para confirmar o bicampeonato.

Apesar da chuva que caiu no Recife no início da tarde, o jogo começou com o céu limpo. O Santa Cruz aproveitou o gramado molhado para arriscar alguns chutes de longe. Por sua vez, o Sport investiu nas bolas paradas. O que faltou de técnica e criatividade por parte das equipes sobrou em vontade, fazendo com que a partida ficasse bastante truncada e repleta de faltas.

Fora de campo, a tranquilidade deu o tom. Com as torcidas organizadas do Santa Cruz e Sport proibidas de comparecer ao estádio pelo Ministério Público de Pernambuco e presença de 1.300 homens da Polícia Militar, nenhum incidente grave foi registrado.

Antes de a bola rolar ainda houve uma bela homenagem do Sport ao ex-meio campo uruguaio Raul Betancor, que faleceu na última quinta-feira aos 82 anos. Todos os jogadores entraram em campo vestindo a camisa com o nome do ex-atleta. O elenco ainda pisou no gramado carregando uma bandeira do Uruguai. Betancor defendeu o Leão entre 1959 e 1963 e integra a seleção dos 11 maiores jogadores da história do Rubro-Negro.

Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)Moacir, pelo Sport, e Renatinho, pelo Santa Cruz, fizeram um bom duelo de laterais (Foto: Aldo Carneiro)
Muita vontade e pouca técnica

Escalado de maneira mais ofensiva para tentar reverter a vantagem do Sport, o Santa Cruz tomou a iniciativa e aos 18 segundos já chutava a gol com Dênis Marques. A resposta do Leão só veio aos quatro minutos quando Marcelinho Paraíba tentou cruzar, mas a bola desviou na zaga e morreu nas mãos do goleiro Tiago Cardoso.

Nos primeiros minutos, o jogo ficou bastante aberto com o Santa Cruz atacando e o Sport investindo mais nos contra-ataques. Aos sete minutos, o Tricolor teve a chance de abrir o placar com o zagueiro Vágner. De frente para o gol, ele não soube aproveitar o rebote do goleiro Magrão e mandou a bola para fora.

O Sport também tentou furar o bloqueio do Santa Cruz com bolas paradas, aproveitando as faltas na entrada da área, mas Marcelinho Paraíba não foi feliz nas cobranças. A partir dos 15 minutos, a partida se concentrou principalmente no meio-campo, com embates entre meias e volantes. Aos 22 minutos, o Tricolor voltou a arriscar com Dênis Marques. Ele chutou de fora da área e a bola passou ao lado da trave do goleiro Magrão.

Chutes de fora da área e erros de passe

Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)
Jogo ficou bastante truncado no meio-campo
(Foto: Aldo Carneiro)
O goleiro do Sport voltou a trabalhar aos 27 minutos. Aproveitando o gramado molhado, o lateral Diogo mandou um chutaço de fora da área e quase pegou Magrão desprevenido. O camisa 1 evitou agarrar a bola e espalmou, mas o Tricolor não soube aproveitar o rebote. Dois minutos depois, os donos da casa voltaram a arriscar de longe com Luciano Henrique e a bola foi para fora.

Se por um lado o Santa Cruz arriscava chutes de longa distância, por outro abusava de errar passes dentro da própria área. Os vacilos corais permitiram que o Sport marcasse presença no campo de defesa tricolor e levasse perigo em seguidas cobranças de escanteios por volta dos 30 minutos de jogo.

Aos 39 minutos, o Santa Cruz quase pagou caro pelo erros. A bola sobrou nos pés de Jael e o atacante do Sport só não fez o gol graças a uma excelente intervenção do goleiro Tiago Cardoso. Um minuto depois Marcelinho Paraíba chutou e exigiu mais trabalho do goleiro tricolor.

Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)Árbitro Neilson Santos começou a amarelar jogadores no segundo tempo (Foto: Aldo Carneiro)
 
Segundo tempo a todo vapor
Os times voltaram para o segundo tempo sem mudanças, mas não demorou muito para que a primeira substituição ocorresse. Aos quatro minutos, Anderson Pedra, machucado, saiu para a entrada de Chicão. Na sequência, o zagueiro rubro-negro Edcarlos fez falta em Flávio Caça-Rato e recebeu o primeiro cartão amarelo da partida.

Santa Cruz x Sport - Marcelinho Paraíba - Anderson Pedra (Foto: Aldo Carneiro)
Marcelinho Paraíba se irritou com substituição
(Foto: Aldo Carneiro)

O Sport deu um susto na torcida tricolor logo no início da etapa complementar quando a bola a foi enfiada para Jael, que estava livre dentro da área. Antes que o atacante aproveitasse a jogada, Renatinho apareceu e afastou o perigo. O troco dos donos da casa veio em duas jogadas seguidas. Na primeira, o Santa Cruz arriscou com Dênis Marques. Na segunda, Magrão defendeu um chute de Luciano Henrique.

O juiz Neilson Santos economizou nos cartões amarelos no primeiro tempo, mas na etapa final começou a punir os jogadores. Aos 12 minutos, foi a vez de Marcelinho Paraíba ser penalizado por reclamação. Sentindo o bom momento do Santa Cruz, o técnico Mazola Júnior resolveu alterar a equipe. Saiu Jheimy, que pouco produziu, para a entrada de Marquinhos Gabriel. O técnico Zé Teodoro também mexeu na equipe e sacou Luciano Henrique para a entrada de Branquinho.

Marcelinho Paraíba é substituído e mostra insatisfação

Aos 23 minutos, o Santa Cruz adotou uma postura ainda mais ofensiva com a saída de Natan e a entrada de Carlinhos Bala. Para tentar frear o Tricolor, o Sport começou a jogar de maneira ainda mais dura e aos 24 minutos Neilson Santos "premiou" o zagueiro Tobi, do Rubro-Negro, com cartão amarelo. Acuado, o Leão passou a jogar no contra-ataque e só voltou a ter um bom momento aos 30 minutos. Rivaldo cruzou, mas Moacir acertou a rede pelo lado de fora.

Depois dos 34 minutos, o Clássico das Multidões ficou mais aberto, com as equipes se alternando nos ataques. O número de faltas também aumentou e o juiz amarelou Diogo (Santa Cruz) e Hamilton (Sport). Aos 39 minutos, Carlinhos Bala arriscou de longe e quase surpreendeu Magrão. Antes que o jogo chegasse ao fim, ainda houve a substituição de Marcelinho Paraíba por Thiaguinho. Ao sair de campo, o camisa 10 rubro-negro jogou uma faixa que carregava no braço no chão e chutou uma garrafa d´água em uma clara demonstração de insatisfação com a troca.

Estádio do Arruda (Foto: Aldo Carneiro)Torcidas fizeram uma bela festa no estádio do Arruda (Foto: Aldo Carneiro)
 
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Quarteto desequilibra, Flu goleia o Botafogo e fica com a mão na taça

Futebol - Campeonato Carioca 2012

Deco, Fred, Thiago Neves e Rafael Sobis infernizam a defesa alvinegra no primeiro jogo da decisão do Carioca. Tricolor vence de virada: 4 a 1

Faz diferença numa decisão de campeonato quando o craque do time, o protagonista, aparece para definir. Faz uma diferença absurda quando todos os principais jogadores vivem um dia iluminado. Fred, Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis. O quarteto ofensivo do Fluminense deixou o time muito perto do título carioca neste domingo. No primeiro jogo da final contra o Botafogo, no Engenhão, todos se destacaram. Decidiram, desequilibraram. Resultado: vitória tricolor por 4 a 1, de virada. Fred fez um golaço de bicicleta, Deco e Thiago organizaram os ataques, e Sobis, sempre destaque em decisões, fez dois. O garoto Marcos Junior, de 18 anos, fechou a goleada. O volante Renato marcou o único gol alvinegro.

O Botafogo, que também tem um quarteto de qualidade, emperrou nos primeiros 90 minutos da decisão. Maicosuel, Fellype Gabriel, Elkeson e Loco Abreu pouco fizeram. O time de Oswaldo de Oliveira jogou sem criatividade e ficou com um jogador a menos a partir dos 11 minutos do segundo tempo, quando o lateral-direito Lucas foi expulso. Para ter chance de ficar com o título, o Alvinegro terá de vencer o segundo jogo por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Ou fazer quatro de diferença para garantir o título direto.

Fred comemora gol do Fluminense no Botafogo final carioca (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred, autor do primeiro gol do Flu, é celebrado pelos companheiros (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
 
A invencibilidade alvinegra na temporada, que durava 23 partidas, está derrubada. Foi a primeira vez no ano que o time sofreu mais de dois gols. E a primeira vez na história que o Flu venceu o Botafogo no Engenhão. Até este domingo, eram três derrotas e seis empates. A exibição de gala do Flu foi vista por 28.182 pessoas (sendo 23 mil pagantes, com renda de R$ 732.015,00).

As equipes voltam a se enfrentar no domingo que vem, às 16h (de Brasília), no Engenhão. Antes, porém, terão decisões no meio de semana. Na quarta-feira, o Botafogo disputa o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Vitória, no Engenhão, às 19h30m. Na primeira partida, empate por 1 a 1 no Barradão. O Fluminense também jogará nas oitavas de final, só que da Libertadores. Na quinta, no Engenhão, o Tricolor recebe o Inter, às 22h. Na ida, em Porto Alegre, empate sem gols.

Botafogo sai na frente, e Fred pedala

Demorou. Foram 37 longos anos sem que Fluminense e Botafogo decidissem o Campeonato Carioca. Da última vez, em 1975, a conquista foi tricolor. Mas não demorou muito para o Botafogo abrir o placar: oito minutos. Não chegou a ser uma blitz alvinegra, mas ao tomar a iniciativa logo cedo o Botafogo conseguiu o gol. Fellype Gabriel entrou na área pelo lado esquerdo e buscou Loco Abreu no cruzamento. A zaga afastou para a entrada da área, e Renato estava por ali. O chute de primeira do volante, de volta após lesão, passou no meio das pernas de Carlinhos e foi parar no cantinho direito de Diego Cavalieri: 1 a 0.
O Fluminense só despertou a partir dali. Com a marcação do Botafogo concentrada nas laterais, o Tricolor jogou pelo meio e tentou chutes de média distância. Carlinhos parou em Jefferson, e Jean errou o alvo. Até a parada técnica, houve equilíbrio na posse de bola, mas o Flu finalizava mais: quatro contra uma do Bota, a do gol.
A pausa fez bem aos tricolores. Thiago Neves, Deco e Rafael Sobis cresceram, e pouco a pouco conseguiram fugir da marcação. Em jogada individual, Thiago se livrou de Fábio Ferreira e bateu de esquerda. Jefferson pegou, aos 23. O Botafogo se defendia e esperava a chance de encaixar o contra-ataque, só que ela não apareceu. Maicosuel, Fellype Gabriel e Elkeson não criavam e as tentativas de buscar Loco Abreu na área fracassavam.
A persistência tricolor deu resultado. Depois que Elkeson perdeu a posse de bola, Carlinhos cruzou da esquerda, Thiago Neves escorou de cabeça quase para a pequena área, e Fred acertou uma linda bicicleta, aos 43: 1 a 1. Gol de artilheiro, de talento, de decisão. Foi a décima finalização do Fluminense no primeiro tempo. O Alvinegro teve apenas duas.
- Só acordamos depois que sofremos o gol. Aí melhoramos a posse de bola, conseguimos criar. Foi um dos meus gols mais bonitos e também pela importância de ser uma final - disse Fred.

Quarteto do Flu decide
. Goleada no Engenhão

As emoções também começaram cedo no segundo tempo. O Botafogo resolveu voltar a jogar após o intervalo e foi ao ataque. A primeira boa chance foi alvinegra, aos seis minutos. Maicosuel cobrou falta para a área, Loco Abreu desviou de cabeça, e Diego Cavalieri defendeu. O uruguaio reclamou muito de pênalti por ter sido agarrado por Leandro Euzébio. A arbitragem julgou o lance como normal.

Aos 11, Oswaldo de Oliveira perdeu o lateral-direito Lucas. Ele fez falta em Thiago Neves para cortar um contra-ataque, recebeu o segundo amarelo e o vermelho do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos. No lance seguinte, o gol da virada. Deco, em tarde inspirada, tabelou com Sobis e deixou o atacante na cara do gol com um toque de muita categoria. Iluminado em decisões desde os tempos de Inter, o atacante bateu de esquerda para marcar o segundo do Tricolor.

Maicosuel passou a tentar algumas jogadas de velocidade pela direita, mas sem sucesso. Elkeson e Fellype Gabriel erraram passes, não conseguiram fugir da marcação e nada criaram. Bem diferente dos protagonistas do Fluminense. Depois de Deco, foi a vez de Thiago Neves aparecer. Aos 20, o camisa 7 deu um passe preciso para Sobis. Livre na frente do gol, driblou Jefferson, por pouco não perdeu o ângulo, mas conseguiu se recuperar e fazer o terceiro: 3 a 1.

Oswaldo fez mudanças no ataque depois da parada técnica. Loco Abreu e Elkeson saíram para as entradas de Herrera e Caio. Nada mudou. O Botafogo era um time limitado, sem qualquer inspiração. O técnico, aliás, foi vaiado e chamado de burro pelos torcedores quando sacou o uruguaio. Elkeson, muito mal no jogo, também ouviu vaias ao deixar o gramado. O zagueiro Antônio Carlos teve chance de diminuir, mas Diego Cavalieri defendeu a cabeçada perigosa.

Abel lançou Marcos Junior no lugar de Thiago Neves. Após mais uma linda jogada ofensiva do Fluminense, com participação de Deco, Sobis e Fred, o garoto ficou na frente de Jefferson para consolidar a vitória maiúscula e transformar a virada em goleada. Festa tricolor no Engenhão sob gritos de "olé" e título praticamente na mão.

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Neymar e Ganso 'compõem' juntos, e Santos bate Guarani na primeira final

Futebol - Campeonato Paulista 2012

Pagode e música clássica dão o tom da vitória santista por 3 a 0. Atacante, com dois gols, chega a 104 e alcança topo da lista de artilheiros pós-Pelé

Pode parecer estranho, mas a mistura de pagode com música clássica faz bem para os ouvidos. Principalmente para os santistas. Com Neymar no pandeiro e Ganso na batuta, a equipe da Vila Belmiro deu um enorme passo para a conquista do Paulistão neste domingo. Com gols de seus craques, venceu o Guarani por 3 a 0.

Resultado suficiente para que os santistas presentes no estádio do Morumbi cantassem com otimismo “Vamos ser tri, Santos”. Campeão estadual em 2010, contra o Santo André, e no ano passado, diante do Corinthians, o Peixe está bem perto de levar o caneco pela terceira vez seguida.
Para evitar a conquista alvinegra, o Guarani precisa vencer por quatro gols de diferença no próximo domingo, às 16h, novamente no estádio do Morumbi. Ou então, na pior das hipóteses, ganhar por três gols e levar a decisão para os pênaltis. De qualquer maneira, a missão é muito complicada.
- Com um resultado desse tamanho, o Santos ficou com 99% de chances de ser o campeão. O Guarani fez uma boa partida e mais uma vez o Neymar fez a diferença - disse Vadão, técnico do time campineiro.

No jogo deste domingo, o espírito da ousadia e da alegria de Neymar contagiaram também Ganso, normalmente mais pacato. Mas vale lembrar também da coragem do Bugre, representada na entrega do zagueiro Domingos, revelado pelo Santos e que teve uma tarefa muito ingrata nesta primeira decisão.

- Eu agradeço ao Santos por tudo que conquistei na vida. Mas hoje eu tenho que marcar o melhor jogador do mundo, o Neymar – brincou Domingos antes do jogo.
Tarefa praticamente impossível. Há algum tempo já. Neste domingo, com os dois gols marcados, Neymar chegou a 104 com a camisa do Santos e se igualou a João Paulo e Serginho Chulapa no topo da lista de principais artilheiros do clube apos a Era Pelé. Na comemoração, aliás, ele imitou Chulapa ao sair correndo de maneira meio atrapalhada e se jogando no chão na sequência, como fazia o ex-jogador. A cada jogo, o camisa 11 vai quebrando recordes e se consolidando um dos maiores da história santista.

- Espero que venha mais. Estou trabalhando muito todos os dias para melhorar os números e os titulos - resumiu o camisa 11.
Com o título paulista bem encaminhado, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira, pela Taça Libertadores. Enfrenta o Bolívar-BOL, às 19h30m, na Vila Belmiro, no jogo de volta das oitavas de final da competição. No primeiro jogo, os bolivianos venceram por 2 a 1. Uma vitória simples, por 1 a 0, classifica o Peixe.

Neymar na decisão Santos x Guarani paulista (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar escapa de Domingos e parte para cima do Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Do pagode para orquestra

Assim que o ônibus da delegação santista estacionou no Morumbi, a expectativa no saguão do estádio era, claro, pela descida de Neymar. A demora do craque do Peixe para sair do veículo fez parecer que por aquela porta apareceria um popstar, pronto para dar espetáculo. E foi isso mesmo.
Bastou Neymar aparecer para que um batalhão de microfones tentasse alcançar a sua boca. Mas a pergunta que ele ouviu (e respondeu) foi uma que já se tornou rotina: “o que você está escutando?”. Com o fone nos ouvidos e o boné meio de lado, bem ao seu estilo, ele respondeu: “Ousadia e Alegria, do Thiaguinho”.

Amigo do pagodeiro, Neymar conhece bem a música. Afinal, foi escrita em sua homenagem. O título da canção é lema do camisa 11. E o Guarani percebeu isso logo no primeiro minuto. Como se ainda estivesse ouvindo o trecho “se der espaço, eu pedalo e vou para cima”, o camisa 11 fez fila na zaga do Bugre e só foi parado com falta. Na cobrança, Elano acertou o travessão.
Tivesse aquela bola balançado as redes, o Guarani poderia estar entregue logo de cara. Mas o travessão salvou o time de Campinas e encorajou os comandados do técnico Vadão. Com forte marcação e rápido contra-ataque, o Bugre, em termos gerais, fez um primeiro tempo melhor do que o Santos.

Chegou pelo meio, pelas laterais, com bom toque de bola. Enfim, aproveitou seus momentos com certa ousadia. O problema é que faltou pontaria, como aos 16 minutos, quando Medina recebeu cruzamento livre na grande área e bateu para fora. É difícil criar chances contra esse Santos. Portanto, não dá para desperdiçar.

Voltou a campo, então, o lado musical do Santos. Mas o pagode deu lugar à música clássica. Neymar chamou o jogo, arrancou pela esquerda e rolou para área. Arouca dividiu com o marcador e a bola sobrou para Ganso bater colocado: 1 a 0. Na comemoração, o maestro regeu a torcida.
Do lado do Guarani, o regente era mais “punk”. Domingos, no melhor estilo "beque de fazenda" deu um abraço apertado em Neymar antes de começar o jogo. Sério em todos os lances, o defensor cometeu pênalti em Alan Kardec, mas o juiz não deu nada. O bugrino, então, reclamou com o atacante: “levanta, levanta!”.

Ganso comemora gol do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ganso comemora gol do Santos regendo a torcida no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Título encaminhado
Obviamente, a diferença técnica do Santos para o Guarani é grande. Mas o time de Campinas não chegou à decisão do Paulistão à toa. Conquistou seu espaço na base da coragem e do entrosamento. Suficientes para deixar o Peixe atento e preocupado com uma reação por parte do time do interior.
E para deixar claro isso, Bruno Recife avançou pela esquerda logo com um minuto do segundo tempo e bateu forte de canhota. A bola acertou a trave esquerda de Aranha. Só que o exército de talentos do Peixe parece ser à prova de sustos. O time tem o espírito de Neymar, que costuma dizer que quanto mais apanha mais quer jogar.

Assim, com Ganso inspirado por um golaço no primeiro tempo, o Santos partiu para o ataque sob a batuta do seu maestro. Teve uma ótima chance, aliás, em cobrança de falta de Elano, aos seis minutos. O meia bateu colocado e viu Emerson executar linda defesa.
Muito seguro em campo, o Peixe evitou acelerar demais a partida. Talvez por ter na quinta-feira um jogo decisivo com o Bolívar, pela Libertadores. No banco de reservas, porém, os treinadores não se pouparam. Eufórico, Muricy gritava com a equipe. Preocupado, Vadão tentava recuperar o contra-ataque.

Só que quem teve a jogada mortal foi o Santos. Aos 20 minutos, Juan acertou um belo passe para Ganso. O camisa 10 tentou driblar o goleiro, mas Emerson conseguiu bater com a mão esquerda na bola. Seria uma defesa heróica não tivesse ali tão perto o craque Neymar, que pegou a sobra e completou para a rede: 2 a 0, no 103º gol do astro com a camisa santista. Mas faltava um para o recorde.

Ele veio aos 46 minutos, quando Neymar recebeu na área, matou no peito, tirou dois marcadores e chutou. Estava definida a partida.
Um placar desse em uma primeira partida de decisão de Paulistão pode dar a falsa impressão de que o Guarani foi presa fácil ao Santos. É verdade que o Bugre não foi dos adversários mais complicados neste domingo, mas teve coragem. Só que isso é muito pouco para tentar parar o Peixe de Neymar, Ganso e cia.

Quando um dos dois resolvem jogar bem já é um pesadelo para os rivais. Imagine então no dia em que ambos estão inspirados? Resta ao santista comemorar a mistura do pagode com a música clássica. E ao torcedor bugrino, o consolo de dormir ao som desse ótimo “barulho” do futebol brasileiro.
Elano na partida do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Elano (dir) teve boa atuação e ainda acertou bola na trave (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

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